PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).
REFERÊNCIA:
http://tecnicaspsicoterapeuticas.vilabol.uol.com.br/parapsicologia.html
ROTEIRO
1 - Introdução.
2 - A História da Parapsicologia.
3 - Escolas e Grupos dentro da Parapsicologia.
4 - A Parapsicologia e a Arqueologia.
5 - Parapsicologia e a Ciência.
6 - Parapsicologia e a Hipnose.
7 - A Importância da Dor.
8 - Transe.
9 - Alucinações.
10 - Fenômenos Extranormais.
10.1 - Hiperestesia Direta.
10.2 - Hiperestesia Indireta do Pensamento (HIP).
10.3 - Pantomnésia.
10.4 - Talento do Inconsciente.
10.5 - Xenoglossia.
11 - Fenomenologia.
11.1 - Fotogênese.
11.2 - Telergia.
11.3 - Psicofonia.
11.4 - Tiptologia.
11.5 - Telecinesia.
11.6 - Pneumografia.
11.7 - Aporte.
11.8 - Dermografia.
11.9 - Levitação.
11.10 - Osmogênese.
11.11 - Escotografia.
11.12 - Ectoplasmia.
11.13 - Fantasmogênese.
11.14 - Ecto-Colo-Plasmia.
11.15 - Pirogênese.
12 - Fenômenos Paranormais de Conhecimento ou de Efeitos Psíquicos.
12.1 - Psi-Gama.
12.2 - Psi-Gama à Distância.
12.3 - Psi-Gama e Tempo.
a) Simulocognição.
b) Retrocognição.
c) Precognição.
d) Precognição Espontânea.
12.4 - Adivinhações.
12.5 - Pseudo-Precognição.
a) Truques.
b) Espertesa.
c) Casualidade.
d) Paramnésia.
e) Sugestão e Auto-Sugestão.
13 - Outros Fenômenos de Causas Parapsicológicas.
13.1 - Autoscopia.
13.2 - Heteroscopia.
14 - Fenômenos de Efeitos Místicos.
14.1 - Telepatia.
14.2 - Clarividência.
14.3 - Poltergeist.
14.4 - Sansonismo.
14.5 - Brincadeira do copo.
14.6 - Cicatrização Instantânea.
15 - Bibliografia.
1 - INTRODUÇÃO.
É a ciência que tem por objeto, a comprovação e a análise dos fenômenos paranormais, à primeira vista inexplicáveis, que apresentam, porém a possibilidade de serem resultados das faculdades humanas. Embora a Parapsicologia, como ciência, tenha sido reconhecida há muito pouco tempo, os fenômenos ditos paranormais vêm nos acompanhando desde os primeiros tempos da história do homem.
O que a parapsicologia tem com a psicanálise ? Freud vivem numa época em que o ocultismo se confundia com o fenômeno que hoje conhecemos como metapsíquicos ou paranormais. A psicanálise não podia portanto se envolver naquelas cogitações, uma vez que o ocultismo fugia da base dos fatos objetivos resultantes do inconsciente. Além disso, Freud era racionalista e só admitia aquilo que pudesse explicar através da razão. Por outro lado acahava que o aviso telepático em nada vinha alterar a produção do sonho, pois a “telepatia nata tem haver com a essência do sonho, dizia ele”. Inicialmente com Charcot com a hipnose e posteriormente sobre a influência de Ferenczi e Jung disse que “aceitar a telepatia era um passo de grandes conseqüências” e “Na transmissão do pensamento, uma mensagem verbal se transforma em uma onda ou raio de natureza inteiramente desconhecida, tal como ocorre em uma comunicação telefônica ou telegráfica e que, so ser recebida, é convertida em termos psíquicos. Na telepatia espontânea o que se verifica é um íntimo laço emocional entre duas pessoas de tal modo que se algo ocorrer com ‘A’, imediatamente ‘B’ perceberá o que se passa com ‘A’.” Porém esclarecemos que PARAPSICOLOGIA NÃO É PSICANÁLISE logo não faremos uma abordagem pela ótica da psicanálise e sim pelo viés da parapsicologia.
A divulgação das explicações científicas dos fenômenos parapsicológicos traz ao campo da ciência o que até agora se encontrava no terreno da superstição. Estabelece as verdadeiras dimensões da realidade. Evita os perigos e consequências negativas das interpretações erradas.
É a Psicologia a primera a receber contribuições preciosas da Parapsicologia. Desejos, revoltas inconscientes, ou mais ainda, o próprio inconsciente que vai se revelando através de todos estes fenômenos. A Parapsicologia nos tem ensinado que o consciente não é mais do que uma pequena camada de reduzida espessura que recobre um oceano.
O terreno da Psicopatologia é campo ainda pouco explorado. E os fenômenos parapsicológicos nos revelam grande parte dessa área oculta do homem. Por isso os que enfrentam as duras realidades das limitações médicas, neste vasto setor que envolve uma parte tão grande das doenças da espécie humana, apreciariam a necessidade de uma investigação cuidadosa do problema.
Muitos fenômenos classificados pelos católicos como místicos. E como do além por algumas doutrinas, são perfeitamente idênticos entre sí. (e idênticos aos surgidos em muitos outros ambientes: demonológicos, lamismo, tibetano, espírita, ufos, yoga, hindú, etc...). Na realidade trata-se de fenômenos puramente parapsicológicos de todas as épocas e de todos os povos, fenômenos humanos, embora interpretados de maneira completamente diferente segundo as diversas concepções das várias civilizações e culturas. Fenômenos autenticados com provas válidas de verdade históricas.
Outro aspecto da importância da Parapsicologia é o estudo do Milagre. A ninguém escapa a importância científica, social e pastoral que a Parapsicologia pode alcançar do estudo do Milagre. Dado que os milagres têm um aspecto histórico e fenomenológico, em nosso mundo, também é objeto de estudo da Parapsicologia, que precede ao estudo da Teologia.
Mas, através dos tempos, tais fenômenos vêm recebendo interpretações características de cada época e de cada povo, muitas vezes atribuindo fatos, facilmente explicáveis pela ciência atual, à obra de deuses ou ainda taxando de sobrenatural sem se preocupar com maiores explicações. Até hoje há quem prefira simplesmente negar a existência de fenômenos que pareçam um tanto estranho e agir como um cego que não percebe evidências que acontecem ao seu redor.
Porém, desde o século passado, algumas pessoas começaram a se interessar por estes fenômenos que aparentemente não se enquadram dentro da lógica a que estamos acostumados. Procuraram estudá-los sem dar uma interpretação mitológica, mas aceitando sua existência como fatos reais e investigando as suas origens e ocorrências.
Por ser uma ciência relativamente nova, a Parapsicologia está sujeita a controvérsias, e dentro do próprio grupo de países onde é reconhecida como ciência, pode ser dividida em vários ramos de acordo com as interpretações dadas a cada tipo de fenômeno. A Parapsicologia, porém deve estudar imparcialmente a ocorrência dos casos paranormais, sem qualquer interpretação preconceituosa.
2 - A HISTÓRIA DA PARAPSICOLOGIA.
A investigação dos “fenômenos ocultos”, tem suas origens há muitos séculos atrás. Há indícios que os antigos iniciados da Índia chegaram a estudos avançados, que foram transmitidos da Caldéia e do Egito. Estes ensinamentos eram guardados com sigilo rigorosíssimo, sendo que os próprios realizadores dos prodígios desconheciam explicações mais profundas e atribuíam suas capacidades a forças extraterrestres.
Poucos eram os interessados nas verdadeiras explicações, mesmo porque a ciência ignorava tais magias. Apenas estudiosos isolados, os ocultistas Basílio, Valentino, Paracelso, Avicena e Agripa se destacaram. Os interessados foram ainda mais reprimidos durante vários séculos, pelo risco de serem considerados bruxos e serem levados à fogueira.
A explicação dos fenômenos misteriosos sempre foi uma preocupação da huimanidade. De um lado, encontramos as explicações supersticiosas que vão atribuir tais fenômenos ao sobrenatural (Demônios, fadas, espíritos de mortos, etc); por outro lado encontram-se aqueles que estudam cientificamente tais fenômenos; este último é o campo de estudo da Parapsicologia.
Charles Richet, em 1905, introduziu a denominação de Metapsíquica ao estudo dos fenômenos misteriosos. Dividiu a história da Metapsíquica em quatro períodos. O primeiro período inicia-se com a própria humanidade e termina com Mesmer (1778): é o período mítico.O segundo período é o magnético, que vai desde Mesmer até as primeiras manifestações espíritas das irmãs Fox (1847). O terceiro é o período espiritista: estende-se desde as irmãs Fox até Willian Crookes (1847-1870). Finalmente o quarto e último período seria o período cientifico, que se iniciou com Willian Crookes (em 1870) e se estende até a época atual.
Em 1870, um químico de grande projeção, Willian Crookes publicou o resultado das observações feitas durante anos com as irmãs Fox e Daniel Dunglas Home. São as primeiras pesquisas sistemáticas com finalidade ciêntifica sobre os fenômenos do espiritismo moderno, embora como não podia deixar de ser, com muitas falhas, tratando-se de um campo novo e difícil.
Em 1882, abalizados investigadores fundaram a Society for Phychical Research (Sociedade de Pesquisas Psíquicas) em Londres. Em breve surgiu uma filial com o nome nos Estados Unidos. No decorrer dos anos, em vários países surgiram sociedades semelhantes.
O termo parapsicologia, ao que tudo indica, foi usado pela primeira vez por Max Dessoir em 1889, sendo Jules Bois, o principal popularizador do termo.
No começo deste século, investigações universitárias foram feitas na Universidade de Stanford e Harvard. Em 1935, constituiu-se o primeiro laboratório de Parapsicologia na Universidade de Duke dirigido por J.B. Rhine.
Em 1953, a Parapsicologia foi reconhecida oficialmente como ciência no Congresso Internacional de Parapsicologia, organizado pela Foundation International of Parapsichology pela Universidade de Utrecht, Holanda. Nessa mesma data e Universidade, surge a primeira Cátedra de Parapsicologia. Posteriormente, multiplicaram-se em várias Universidades e Países as disciplinas de Parapsicologia.
Hoje, nos países da ex-cortina de ferro, a Parapsicologia é considerada ciência oficial com aspectos profissionais práticos. Nos Estados Unidos, em dezembro de 1969, ela foi considerada uma disciplina científica pela American Association for the Advancement of Science - AAAS, o que eqüivale ao seu reconhecimento e introdução nos domínios da ciência oficial.
Finalizando, a denominação Parapsicólogo se refere ao pesquisador de fenômenos parapsicológicos, e não ao ser humano que os produz (metagnomo, dotado, médium, etc).
3 - ESCOLAS E GRUPOS DENTRO DA PARAPSICOLOGIA.
Escola Materialista - Na Rússia predomina exclusivamente a Escola Materialista preocupada em estudar os fenômenos que têm explicações fisiológicas. Destaca-se o Instituto de Fisiologia da Universidade de Leningrado e o Centro de Estudos Parapsicológicos, na República Tcheca.
Escola Espiritualista - Dedica-se à investigação dos chamados paranormais, que só admitem explicação quando se aceita a existência de uma faculdade espiritual no homem. Teve como líder J.B.Rhine.
Escola Eclética - É mais desenvolvida pelos países europeus, onde se estudam tanto os fenômenos específicos da escola materialista, como da espiritualista.
4 - A PARAPSICOLOGIA E A ARQUEOLOGIA.
Há quem tema o uso da Parapsicologia como estratégia de guerra e afirme que o grande interesse dos antigos soviéticos nessa matéria era exclusivamente neste sentido. Mas a aplicação que maior interesse desperta dentro da SIFETE é a Parapsicologia na Arqueologia.
A descoberta da cidade de Pompéia foi um exemplo do uso de tais métodos. J. J. Winckelmann insistia em suas escavações orientadas quase que exclusivamente por suas intuições, enquanto era ridicularizado pelos cientistas da época. Até que comprovou e encontrou a cidade que deixou de ser apenas uma lenda.
Outro exemplo significativo é o arqueólogo Henry Layard, que indicava a descoberta de um palácio em Nunrud.
O novo método foi então denominada Arqueologia Intuitiva. Teve sua utilização nas investigações de Heinrich Schemann que descobriu Tróia e Micenas. Tendo como indicação apenas as descrições de Homero, na Ilíada e Odisséia, tidas como mitológicas, orientou-se por suas intuições e chegou ao grande descobrimento. No caso de Schemann não houve apenas intuição. Ele acreditava na idéia de reencarnação, chegando a ponto de batizar sua segunda esposa e a si próprio com o nome de personagens da Ilíada e acreditar estar revivendo as tragédias gregas.
Também o arqueólogo inglês, Arthur Evans fez uso da intuição e da interpretação de textos mitológicos (Teseu e o Minotauro) em suas escavações na Ilha de Creta, em 1900.
Embora tenha sido reprimida pelos cientistas do início do século, a Arqueologia Psíquica voltou a ser encorajada desde os anos 60, através de Radford e J. N. Emerson, da Universidade de Toronto, Jeffrey Goodman da Universidade do Arizona e pela Associação Mediterrânea de Pesquisas da Antigüidade.
Os métodos psíquicos passaram a ser utilizados em estudos sobre a Pré-história do índio americano, obtendo-se a ajuda de sensitivos durante as escavações com 90% de acertos, em relação à idade e origem dos indivíduos.
A rabdomancia é outro método utilizado da Arqueologia Psíquica. Não se sabe se a varinha rabdomante funciona física ou psicologicamente, mas o local certo é encontrado para a escavação. O fluxo de energia que atravessa a varinha é recebido pelo rabdomante, à medida que este desenvolve suas investigações para encontrar um local.
A Psicometria é uma forma especial da Premonição, pela qual o dotado entra em contato com o objeto e, assim, chega à percepção extrasensorial de imagens e informações que eram ou ainda estão relacionadas com o referido objeto. Porém, as possibilidades da Psicometria vão muito além do momento presente; a Telepatia como fonte de informação deixa de existir. A Psicometria que pode levar a visões de cenas que datam de séculos.
Outro método com objetivos semelhantes aos que a Psicometria usa, é a cronovisão que está sendo desenvolvida por um padre beneditino italiano. As pesquisas partem da premissa de, segundo a lei da conservação da energia, os elementos luminosos e sonoros de eventos passados não se perdem, portanto apenas passam por uma transmutação. E, assim transformados, deveriam ser fixados na matéria inorgânica que, não importa quando, era testemunha dos eventos em apreço.
5- PARAPSICOLOGIA E A CIÊNCIA.
O homem desde seus primórdios sempre tentou dominar e transformar a natureza o que implica no conhecimento das leis que a regem. Dominar e saber são fins correlatos. O conhecimento e análise das leis da natureza, as deduções lógicas inferidas a partir delas, o domínio das leis, é o caminho trilhado durante séculos pela ciência. Ciência vem de "scire"; saber, conhecer a realidade. Saber, não opinar; saber a realidade, não o mito.
O medo e a insegurança perante fenômenos aparentemente inexplicáveis provocaram durante milênios respostas míticas. Terremotos, eclipses, cataclismos, epidemias, loucuras foram interpretados das maneiras mais diversas e desconcertantes para o homem culto de hoje. Cada cultura, cada civilização revestiu de colorido peculiar às explicações dadas a tantos fenômenos que pareciam superar a capacidade de compreensão humana: deuses, demônios, espíritos, fadas, larvas astrais, bruxos, feiticeiros, etc foram durante muitos anos responsabilizados por boa parte dos enigmas que a natureza apresenta.
O homem precisava de uma resposta para sentir-se seguro; o nível de conhecimentos científicos ainda não permitia descobrir os verdadeiros "porquês", conseqüentemente a falsidade das explicações dadas provocou um delírio de superstições das quais, até nossos dias perduram os efeitos.
Frente às interpretações míticas do universo, da natureza e do homem, alguns povos da antiguidade conseguiram avanços consideráveis em ciência: saber com argumentos, conhecimento da realidade. Perto de vinte séculos antes da era Cristã, os Caldeus haviam fixado a duração do ano em 365 dias e um quarto, e sabiam predizer os eclipses solares. As primeiras civilizações do Egito e Babilônia tinham umas unidades fixas para medições de peso, comprimento e volume; e aplicavam princípios da aritmética e geometria nas medições da terra e engenharia.
Isso nos faz remontar a um período da história do mundo anterior ao ano dois mil e quinhentos a.C. Três séculos antes de Cristo floresceram na Grécia uma escola filosófica (no sentido etimológico: amigos do saber) que deu um impulso extraordinário à matemática, física e biologia. Euclides, Arquimedes, Héron e Pitágoras.
A filosofia escolástica medieval deu um grande impulso à razão, mas também nela se misturam demasiadamente "argumentos" meramente da autoridade dos grandes mestres. A frase “Magistar Dixit’(o mestre falou) era invocada com muita freqüência pela escolástica; quando alguma pergunta comprometedora ameaçava a rígida estrutura do sistema”.
Platão, Aristóteles e a Bíblia foram a fonte sagrada e inabalável para explicar qualquer fato que provocasse uma reflexão profunda. O método experimental nem sempre era levado a sério e as vezes era considerado tabú. A partir de Copérnico (1473-1543), para citarmos um nome significativo, o estudo e análise dos fatos foram substituindo cada vez mais a tendência medieval de racionar preferentemente em torno de questões que estivessem dentro dos limites da autoridade dos grandes mestres e da Igreja. Depois dele, Galileu aplicou o telescópio à observação do firmamento e fez descobertas escandalosas para a época, a tal ponto que as "autoridades" estavam convencidas de que ele deturpava os fatos.
Com homens como Copérnico, Kepler, Galileu, Descartes, Newton e outros contemporâneos, foi se firmando o espirito cientifico. Eles sustentavam que se investigava menos e se acreditava demais, e que os fatos eram tão importantes quanto a razão. Muitas das crenças e interpretações existentes podiam ser verdadeiras, mas os cientistas precisavam confrontá-las, na peneira dos fatos, quando o tema não fosse exclusivamente transcendente. Esse espírito de observação e análise do fato em si permitiu a acumulação gradativa de dados, da qual resulta, em grande parte, a ciência de nossos dias. As explicações míticas e supersticiosas dos fenômenos observáveis, sem base no que é constátavel, foram sendo revisadas com espírito de investigação, interessado em observar, medir, pesar e empregar instrumentos de precisão para ajudá-lo a fazer observações exatas.
Este modo de estudar o fato veio a se consolidar definitivamente no século XIX, quando teve início, o que comumente é chamada de "era cientifica". A partir deste momento origina-se o imenso esforço de organização e análise dos fatos, de medição exata dos fenômenos. Sistematizam-se os resultados; estabelecem-se leis. As teorias são confrontadas com a realidade. Fixam-se princípios; criam-se regras e os métodos de investigação são criticados e depurados. O mundo envereda definitivamente pelo caminho da ciência. E acredita-se que a descoberta da realidade depende de um método rigoroso que incluiria, como geralmente se admite, os seguintes elementos:
a) Coletas de fatos. Observação e medição se forem mensuráveis.
b) Elaboraçao de uma hipótese ou teoria visando o agrupamento e melhor compreensão dos fatos e suas causas: ilndução e invenção.
c) Exame crítico da hipótese, no esforço de torná-la razoável. Qual o significado da hipótese? Simplificação e dedução.
d) Comparação das deduções com os fatos observados. Verificação. Mas infelizmente, chega-se também ao exagero, a ponto de a palavra ciência se transformar numa caricatura da ciência, confundindo verdade ou realidade com aquilo que pode ser mensurável direta e materialmente. Imbuídos com este espírito de se aceitar como verdadeiro aquilo que possa ser experimentado pelos instrumentos quantas vezes se quiser, muitos cientista concentraram seus esforços na análise daquilo, e só daquilo, que podia ser medido mais ou menos facilmente, pesado, tocado, etc. Concentravam-se esforços para estudar a natureza e os fenômenos que a matéria apresentava. Daí o grande passo dado pela física, química e biologia.
Em meados do século XIX, estes mesmos cientistas que se esforçam por desentranhar os mistérios da natureza defrontam-se também com uma série de acontecimentos, não menos misteriosos, que aparentemente se dão com o homem: conhecimento do futuro, clarividência, comunicação à distância, entre duas ou mais pessoas, de sentimentos, emoções, imagens, pensamentos, etc, sem intervenção dos sentidos, movimento de objetos à distância sem causa aparente, etc. Homens de espírito inquieto, verdadeiros cientistas, dedicam-se ao estudo desta fenomenologia. O objetivo deles é incorporá-la ao campo da ciência, isto é, estudá-la sistematicamente para demonstrar se é real, se de fato estas coisas aconteceram e acontecem ou se são produtos da imaginação de mentes doentias; e em caso positivo, a que se devem, quais as suas consequências. Surge assim, a investigação psíquica.
Em 1882 funda-se em Londres a S.P.R. ("Society for Psychical Research"). Eminentes personalidades no mundo da ciência formam parte desta sociedade de pesquisas, cujo objetivo é o estudo sistemático dos fenômenos "misteriosos" relacionados com o homem. A S.P.R. dá os primeiros passos em busca de um método adequado ao objeto do estudo. Recolhe milhares de casos espontâneos entre a população inglesa; seleciona os mais significativos, após minuciosa triagem e inicia a difícil tarefa de propagar a urgência e necessidade do estudo desta fenomenologia excitante, misteriosa e muitas vezes, aparentemente, em choque com a bem comportada e auto-suficiente "ciência oficial". A exemplo da S.P.R. de Londres, outras sociedades de pesquisas psíquicas surgiram em diversos países, como a "American Society for Psychical Research” publicando revistas e periódicos cujo objetivo sempre foi interessar cada vez mais a opinião científica para empreender o urgente trabalho de investigação séria e sistemática.
Em 1934 Joseph Banks Rhine publica uma obra "Extra Sensory Perception". A partir deste livro e devido ao uso da estatística matemática na avaliação das pesquisas. Entretanto a Parapsicologia enfrentou, e em muitos países ainda hoje enfrenta, ataques para ganhar um lugar ao sol no mundo cientifico. As causas são várias e complexas. Tentemos sistematizar as principais:
a) A confusão gerada pelos pseudoparapsicólogos. Todas as ciências tiveram seus antepassados "plebeus". A química é filha da alquimia; a medicina, do curandeirismo; a astronomia, da astrologia. A Parapsicologia também tem seus antepassados no ocultismo, esoterismo, magia, feitiçaria, espiritismo, etc. Sendo a Parapsicologia uma ciência recente, suas fileiras ainda estão poluídas por grande número de pseudoparapsicólogos, que semeiam a confusão e enganam a opinião pública, dando vazão às suas superstições e chantagens “científica”, encoberta sob o manto novo e atraente do titulo "parapsicólogo".
b) Os fracassos das experiências sistemáticas com médiuns: Os primeiros pesquisadores psíquicos com o anseio de chegar rapidamente a resultados positivos, usavam frequentemente dos médiuns profissionais como sujeitos de experimentação. Cedo perceberam que empregavam muito mais tempo e energias em descobrir os truques usados pelos "profissionais do além", do que no trabalho de pesquisa dos fenômenos em si. A mediunidade em goral tornou-se desacreditada pela extrema dificuldade em traçar uma linha nítida entre a realidade parapsicológica e a fraude deliberada, o autologro inconsciente, ou as pequenas trapaças das experiências de insucesso. "No entanto, as experiências em laboratório, para controle da pesquisa moderna de percepção extrasensorial, por exemplo, destinam-se a excluir o logro consciente ou inconsciente tanto quanto humanamente possível; e os controles são rigorosos às vezes, até mais do que em qualquer outro campo de pesquisa. Tanto mais que os "sensitivos" são por definição sensíveis, isto é, mais emotivos do que racionais, frequentemente imprevisíveis, algumas vezes histéricos" Foi por isso que os pesquisadores trocaram os pitorescos salões à meia luz, das sessões espíritas, pelas frias salas dos laboratórios de experimentação à prova de fraude, e substituíram a experimentação em sessões espíritas programadas, pela análise dos casos espontâneos.
c) O ponto de atrito com a ciência clássica: Os fenômenos parapsicológicos, pela sua relação e vinculação histórica, despertam em muitas mentes, inclusive de pessoas cultas, um certo temor, chegando a confundir a Parapsicologia com termos tais como mítico, esotérico, ocultista, mágico, ou em outra ordem de coisas, religioso, diabólico, milagroso. Esta identificação prejudica o bom entendimento do que seja ou não seja a parapsicologia. Muitos cientistas, ainda hoje, não aceitam o cunho científico da Parapsicologia por considerá-la a prióri, uma versão moderna desse submundo mórbido das chamadas ciências ocultas, ou em outro plano, do mundo transcendente do sobrenatural e fora da verificação cientifica. Século atrás, em nome da Biblia, erroneamente interpretada, negava a Galileu o direito do publicar a constatação dos fatos.
d) As dificuldades metodológicas: Aludimos anteriormente que muitos homens de ciência possuem a tendência de afirmar que, para se esperar deles uma consideração séria dos fenômenos parapsicológicos, deve-se provê-los de uma técnica experimental mediante a qual possam observá-los e repetí-los à vontade. Exigem que estes tipos de fenômenos sejam equiparados com os fenômenos ordinários dos laboratórios físicos ou químicos. Ora, a experimentação parapsicológica demonstra que os fenômenos parapsicológicos são espontâneos e diretamente improvocáveis. Mas será que esta dificuldade implica em que estes fenômenos sejam realmente ilusórios?
O único meio que conhecemos para chegar a descobrir os fatos que acontecem no inconsciente é esperar que estes se manifestem em nível de observação consciente. Tudo quanto podemos fazer é colocar a pessoa nas condições em que a experiência demonstrou que costumam acontecer tais fenômenos. Isto, às vezes, se consegue através de transe hipnótico provocado das maneiras mais diversas.
Mas não parece razoável, para que a observação possa ser válida cientificamente, exigir um controle repetível à vontade, comparável aos obtidos nos laboratórios físicos. Em Parapsicologia, caminhamos como se fossemos avançando em terras de um continente desconhecido, mas já se tem chegado a um grau de observação de importância considerável. A repetibilidade, à vontade, faz referência à facilidade da observação, não ao valor científico. É fácil estudar um fenômeno físico. É infinitamente mais difícil analisar um fenômeno parapsicológico.
"Quanto mais difícil seja aceitar a existência dos fenômenos - disse Laplace, tanto maior é o dever de investigá-lo minuciosamente". Não é de teor científico negar a existência real de um fenômeno porque este foge às leis e parâmetros usados na penetração do mundo físico.
Portanto, a objeção de que a Parapsicologia não é ciência porque os fenômenos que estuda não podem ser repetidos à vontade, é inaceitável. Este mesmo "argumento" levaria a rejeitar o cunho do científico a toda uma ordem de fatos que não apresentam o estrito determinismo da física - química. Existem, porém, fatos naturais que fogem à reprodução experimental (a meteorologia, a astronomia, a história, por exemplo). Embora a Parapsicologia estude os fenômenos à margem do comum, estas "anormalidades" podem ser observadas e além do mais, classificadas e ordenadas em grupos naturais, fazendo analogia real e prestando-se a uma classificação científica.
A Parapsicologia é uma disciplina tão científica como qualquer outra das consideradas ciências clássicas. Sua metodologia, tão rigorosa que poucas ciências têm suas "verdades" tão provadas quanto à da Parapsicologia. E sua importância para descobrirmos quem é o homem, é tão urgente que é de se desejar vivamente sua inclusão nos currículos universitários com a máxima rapidez possível.
6 - PARAPSICOLOGIA E A HIPNOSE.
Parapsicologia e Hipnose, duas disciplinas aparentadas, senão por seus objetivos, ao menos pelo desenrolar de suas histórias agitadas. Poucos temas científicos deram lugar a tantas controvérsias, denúncias, avanços e recuos. Quantas comissões de investigação foram criadas desde o século XIX para dar veredicto científico dos fenômenos hipnóticos e parapsicológicos; Quantos mistificadores alimentaram suas crendices na aura de aparente mistério que envolve estas disciplinas.
O fim do século XVIII viu surgir um revolucionário método de cura criado pelo Dr. Mesmer, médico de Viena, que lançaria a teoria dos fluídos ou magnetismo animal. Seus pacientes, em contato com uma tina cheia de água "magnetizada", e em contato também uns com os outros, entrariam em convulsões cada vez mais violentas até atingirem o "climax", o relax e às vezes o desaparecimento dos sintomas. Baldes com água, ímans e outros objetos mgnetizados serviam como instrumentos terapêuticos.
Porém, os fatos existem para quem não quer fechar obstinadamente os olhos. Cientistas de prestígio estudaram a hipnose, desmentiram as teorias mirabolantes de Mesmer, Puységur e outros iniciadores, mas não puderam desmentir os fatos apresentados por aqueles. Analisando os fatos, formularam teorias mais de acordo com as manifestçãoes e encarando críticas, ceticismos e dúvidas conseguiram arrancar a hipnose da feitiçaria, encantamentos e sobrenaturalismos gratuítos.
Também a Parapsicologia passou pela etapa de grosseiras interpretações dos fatos: espíritos dos mortos, demônios, entidades do aém foram tentados pela isca de pesquisadores menos avisados. Surgiram teorias que hoje consideramos ingênuas. Mas, aos poucos, o joio foi separado do trigo, chegando-se a conclusôes sólidas. A Parapsicologia ganhou um lugar ao sol no restrito mundo da Ciência uma vez que conseguiu provar definitivamente os fatos e suas relações com o ser humano vivo.
Não obstante as relações e as interpretações mais recentes, ninguém pode ainda descrever com precisão científica absoluta as modificações da personalidade e do cérebro de um indivíduo hipnotizado ou de uma pessoa no momento de uma percepção extrasensorial.
Ambas disciplinas apresentam problemas ainda não resolvidos. As duas passaram também por períodos de êxito e de decadência. E as dúvidas, objeções e críticas sobre elas lançadas devem-se também a seus contatos, às vezes demasiado frequentes, com a charlatanice, truques, comédias e ocultismo, o que levou muitos pesquisadores sérios a se afastarem destes dois campos de investigação científica tão importantes e necessários para um maior conhecimento do psiquismo humano.
A análise parapsicológica dos casos espontâneos é tão importante quanto as pesquisas de laboratório. Um naturalista poderá estudar até certo ponto o comportamento de um leão na jaula do jardim zoológico, mas esse leão enjaulado não será o mesmo que vive em liberdade nas savanas da Africa. Ao naturalista de gabinete lhe faltariam dados absolutamente essenciais para conhecer a fundo o comportamento dos animais.
Tirar conclusões da relação existente entre hipnose e parapsicologia, apenas baseados nas experiências de laboratório seria correr o risco do naturalista de zoológico; o leão não poderá mordê-lo, nem perseguí-lo, mas também não mostrará ao investigador toda sua força e comportamento.
Não é raro encontrar pessoas que identificam experiências da chamada regressão de idade, como experiências parapsicológicas. O folclore de ocorrências a respeito da "regressão de idade" é vastíssimo e, se encarado com humor, muito divertido. As primeiras tentativas de transformar um adulto de 40 anos numa criancinha de colo foram praticadas pelos americanos. Era evidente para eles que a pessoa hipnotizada e "regredida" assumia por completo as características e o comportamento de um bebê: chorava, gatinhava, tomava mamadeira, etc...
Não satisfeitos com estas proezas, conduziram o hipnotizado às paragens úmidas e quentes de seus tempos de feto. Nada permanecia oculto, era possível recordar tudo, até o momento da concepção; lembrava-se do choque doloroso que o espermatozóide incutia no óvulo.
Em meio ao entusiasmo destas práticas, só os mais sensatos advertiram que um feto nunca falou até hoje e que uma criança de 6 meses seria incapaz de saber o que o hipnotizador está querendo. Por outro lado, existia a prova que mais poderia desestimular este crescente mercado de rejuvenecimento: o adulto é capaz de imitar a posição fetal e é capaz de imitar o comportamento de uma criança, e isto de uma maneira consciente. Surgiu então a maior objeção: não estaria o adulto hipnotizado e "regredido" brincando de criancinha?
Não pretendo negar que a concentração da memória com a ajuda da hipnose permita a algumas pessoas encontrar de novo uns detalhes esquecidos ou reviver acontecimentos muito distantes e apagados de sua memória normal. Isto não seria impossível. Mas o problema está no exagero ou na mistificação de uma técnica, que às vezes pode ser útil, transformando-a na panacéia que ajudaria a curar todos os males do psiquismo. Poucos são os psicoterapeutas que se servem dela nos tratamentos de problemas psicológicos. E os que ainda a usam são conscientes de que o sujeito mesmo hipnotizado pode ser um excelente ator que usa a hipnose como palco de seus devaneios.
7 - A IMPORTÂNCIA DA DOR
A dor é “o pedido de socorro” do organismo enfermo avisando que algo não está bem e que alguma providência dever ser tomada imediatamente. Assim, quando um dente dói é porque nele deve existir cárie ou algum foco começa a se instalar na sua raiz. Dizem os entendidos que 36% das pessoas que se dizem doentes não o são de fato. Apenas são portadores de doenças imaginárias. E nas doenças reais, 50% são de origem psicossomática, isto é, sintomas como diarréias antes de tomar avião, dor no peito que a mulher sente toda vez que o marido chega bêbado, muitos casos de úlceras, colites, taquicardia, asma, carregam um forte componente psíquico.
Problemas não resolvidos podem encontrar na doença uma válvula de escape. É o que se chama somatização. Pois bem, quase sempre nestes casos, as preocupações se voltam para a doença, naturalmente. Numa "sessão de cura", podem até desaparecer os sintomas da doença (por auto-sugestão). Mas se o mal não foi atacado na sua raiz, a somatização pode fazer eclodir outra doença e mais outra, num círculo vicioso interminável. Nestes casos a cura seria facilitada com a resolução dos problemas que estão ocasionando todos estes males. Cessada a causa cessa o efeito.
Hoje a Medicina reconhece que todas as doenças são influenciáveis pelo psiquismo e aconselha os médicos a não tratarem apenas o órgão doente, mas o doente visto como uma pessoa que carrega consigo uma história que deve ser levada em conta.
Na verdade, o curandeiro não cura. É a fé (confiança) que o doente deposita nele, nos objetos que ele apresenta como portadores de forças milagrosas (água fluidificada, defumações, etc) que exercem sobre o doente um poder de sugestão capaz de fazê-lo sentir-se aliviado de suas dores.
A dor – dizíamos no começo – é importante porque nos adverte para um problema. Esta dor pode desaparecer com uma forte dose de sugestão numa sessão de cura. O doente pode sair aliviado e até convencido da cura. Quem garante que não está equivocado? A doença pode muito bem continuar instalada dentro do seu organismo, mesmo que tenham desaparecido os sintomas que sentia antes. Sem dor, a tendência é dispensar os cuidados médicos. Mais adiante, quando passarem os efeitos da auto-sugestão, o ‘curado’ poderá ter surpresas desagradáveis.
8 - TRANSE.
Estados de transe e possessão formam parte do quadro religioso de quase todas as civilizações existentes. A raridade das manifestações psico-fisiológicas que acompanham o transe serve de base para todo tipo de interpretações, geralmente relacionadas com causas sobrenaturais ou misteriosas.
Os chineses do séc XVIII a.C. praticavam o culto aos antepassados. Para entrarem em comunicação com os parentes desconhecidos submetiam-se a um ritual acompanhado de músicas e danças giratórias que conduziam a um frenesí coletivo de convulsões, saltos, e corridas desenfreadas, até que conseguissem cair no transe como meio de participação com o mundo dos mortos. Nos santuários de adivinhaçào da Grécia antiga, adolescentes do sexo feminino, as pitonisas, eram escolhidas para serem possuídas por Apolo. Os momentos de transe representavam a descida de deus. Para os "aissauis" do Islã, o transe lhes propiciaria estados de insensibilidade à dor e para alcançá-los recorrem ao djedjeb, movimento violento que se imprime à cabeça de esquerda à direita enquanto os braços permanecem pendentes e as pernas marcam o rítmo.
Muitas são interpretações ou justificativas que os estudiosos dão para o transe. Todas elas naturalmente dependem do ponto de vista com que são encaradas e também das circunstancias em que se manifesta o fenômeno. Para o antrpólogo, o transe poderia simbolizar a morte da carne em vistas a renaser a uma vida, uma sensibilidade ou uma vivencia nova. O sociólogo pode ver nele um meio usado por determinados grupos para aliviar tensões, fortalecer crenças ou estruturas sociais. O psicólogo talvez o interprete como um mecanismo compensatório do individuo (sentir-se alguem, escolhido, agraciado, em intimidade com o além...) ou como um sintoma de cisão da personalidade para o psiquiatra. Enfim, o teólogo pouco avisado poderá interpreta-lo como uma prova da graça divina ou como um sinal de condenação eterna.
O transe pode ser considerado como um estado hipnóide de dissossiação psicológica que libera, em maior ou menor grau, o inconsciente do controle total da consciencia. Este estado de dissossiação se caracteriza pela ausência de movimentos voluntários e com frequencia pelo automatismo da atividade ou do pensamento. A etimologia da palavra, transitus, nos está indicando o sentido de passagem; passar dum estado de consciência a outro.
A sugestionabilidade, a memória alternante (lembranças do acontecido em estado de transe anteriores e esquecimentos durante a vigilia e amnésia ao acordar. Também em ambos os estados costumam manifestar-se as mesmas caracteristicas fisiologicas: contraçoes e relaxamentos musculares, perdas de reflexos , etc.
Por esta identidade em transe e hipnose, a psicologia os considera como um mesmo fenomeno. O Doutor M. E. Pascal em 1935 fez um estudo exaustivo mostrando a total identificação psico-fisiológica entre transe, hipnose e êxtase. Sua conclusão foi esta: o Transe é pura e simplesmente um estado de sono hipnótico.
Verificada esta identidade, chega-se à conclusão de que não existem diferentes tipos de transe (hipnótico, mediúnico, espírita, metapsiquico ou parapsicológico) do ponto de vista psico-fisiologico, mas um só: o transe.
Em parapsicologia, transe é o estado de inconsciência mais ou menos profunda no transcurso do qual se manifesta ou pode manifestar-se uma atividade parapsicológica. Os registros encefalográficos modernos são da mesma natureza nos sujeitos em transe, seja este de tipo hipnótico, mediúnico ou parapsicológico, independentemente de se o sujeito atribue seu estado à ação de entidades espirituais, à sugestão direta dum hipnotizador ou à sua capacidade de autosugestão.
Os métodos usados pelos hipnotizadores para levarem seus pacientes ao transe são tão variados quanto possamos imaginar. Não existe um método padronizado que sirva de base aos outros ou que atinja melhores resultados. Na hipnose, o método é criado pelo próprio hipnotizador e os sucessos dependem mais de sua autoridade, prestigio ou segurança que do método em si mesmo. Hoje, além da sugestão ou imaginação, a bioquímica, medicina e psicologia encontram outras explicações cientificas para o uso de inúmeras técnicas alteradoras do campo da consciência.
Danças rítmicas e saltos: Estão entre os principais métodos de induzir a estados de êxtase em que uma pessoa se sente dominada por uma força ou um ente superior. Vimos antes como eram praticadas por chineses e aissauis do Islã. Nos cultos africanos e afro-americanos, a dança rítmica é parte integrante do ritual, e assim em todas as culturas e civilizações a dança é um método dos mais empregados para chegar ao transe.
Respiração anormal: A alcalose cerebral pode também ser provocada por uma respiração intensa e rítmica; nestes casos, o carbono, em um ácido, é eliminado do fluxo sanguíneo, e isto frequentemente conduz à dissociação histérica e a estados de sugestionabilidade aumentada.
Brados e cantos prolongados: Podem produzir resultados semelhantes aos anteriores, ainda que menos acentuados. A menos que sejam muito exercitados, os cantores tendem a expirar mais ar do que inspiram e, em consequência, a concentração de CO2 nos alvéolos pulmonares e no sangue é aumentada, o que produzirá, como já vimos, uma redução da eficiência do cérebro tornando possíveis experiências de dissociação.
No canto do curandeiro, do feiticeiro, do conjurador de espiritos; no infindável entoar de salmos e sutras dos monges cristãos e budistas; nos gritos e gemidos, horas a fio, dos pregadores itinerantes o propósito psico-quimico-fisiológico permanece constante: Aumentar a concentração de dióxido de carbono no organismo a fim de diminuir a eficiência da válvula redutora, o cérebro.
A diminuição desta eficiência no órgão diretor de nossa atividade consciente levará a uma queda da capacidade crítica e a um descenso da tensão intelectual, condições propícias para a entrada no transe.
O jejum prolongado esgota as reservas do cálcio e a taxa de açúcar disponível no organismo e a psique parecem mais apta para perceber seus próprios pensamentos, o próprio corpo, ter alucinações, transes e outras experiências do gênero.
Os castigos corporais: Para os cristãos, a mortificação da carne foi sempre um meio de purificar o espírito, mantendo-o alerta contra o assalto das paixões desordenadas. Houve, porém, ao longo da história, períodos em que se supervalorizou a mortificação corporal, dando lugar a grandes exageros. Os castigos brutais praticados contra o próprio corpo tonaram-se freqüentes em um tipo do ascetismo mal entendido.
Sabemos, que a flagelação com chicotes do couro ou arame provoca feridas que podem desorganizar o equilíbrio químico do organismo. Enquanto dura o suplício, as glândulas liberam grande quantidade de histamina e adrenalina; e quando as feridas começam a supurar, várias substâncias tóxicas, produzidas pela decomposição da proteína, penetram na corrente circulatória. A histamina produz o choque que atua sobre a mente com a mesma intensidade que sobre o corpo e as toxinas das feridas desorganizam os sintomas enzimáticos reguladores do cérebro, reduzindo sua eficiência. Além do mais, grandes quantidades de adrenalina podem provocar alucinações.
Conhecemos também a enorme quantidade de drogas naturais (ópio, maconha, coca, beladona, estromônio, mandrágora, estrato de lobeliáceas, mescalina, cafeína) ou de produtos químicos (ácido lisérgico, adrenocromo, escopolamina cloratosa, cloruro de amônio, amital do sódia, pentotal) e até os de mais fácil aquisição (café, chá, álcool, fumo), toda esta longa lista dos produtos poderiam ser, e com freqüência o são, excelentes meios de indução ao transe.
Não devemos esquecer a enorme eficácia que a expectativa, a crença, a simples vontade ou o ambiente contagiante tem, em vistas a atingir estados de dissociação psicológica, assim como as condições psico-fisiológicas do sujeito: manias, sífilis cerebral, epilepsia, endocrinopatia, histerias, conflitos internos, etc.
Especial interesse supõe para a parapsicologia o estado psico-fisiológico no qual os médiuns mais famosos realizavam seus prodígios. Todos eles, para manifestar qualquer fenômeno, necessitavam cair no transe. Este não guardava as mesmas características ou mostrava a mesma intensidade em todos os grandes dotados.
Não há espaço nestas linhas para abordar os aspectos fraudulentos do transe ou transe fingido, praticado com mais frequência do que poderíamos esperar. De qualquer maneira, basta salientar que está muito ligado a casos de histeria, e sabemos a dificuldade existente para diagnosticar quando um histérico está num acesso real ou fingido.
9 - ALUCINAÇÕES.
As alucinações podem se manifestar em todos os domínios da atividade sensorial. Encontramos alucinações visuais, auditivas, olfativas, gustativas, da sensibilidade geral, genital, multisensoriais, etc...
Quando as alucinações se traduzem em impressões vagas e indiferenciadas, são chamadas de elementares (resplandores, luzes, barulhos, fulgores, murmúrios indefinidos). Quando se identificam com objetos precisos (animais, personagens, palavras claras, músicas, cheiros definidos, etc) são chamadas de complexas ou figuradas.
As alucinações podem ser positivas ou negativas. Nas alucinações positivas se percebe o que não existe. Nas negativas não se percebe o que de fato deveria estar impressionando os sentidos.
Apesar da estreita relação existente entre alucinação e ilusão, há, porém uma diferença fundamental: a ilusão não é uma percepção sem base na realidade, mas uma deformação da percepção. A ilusão se apoia na realidade, transformando-a.
As alucinações, a percepção sem objeto, compreende um estado psicológico particular, diferente em cada caso concreto. Às vezes, não tem significado patológico. No estudo clínico das alucinações deve-se levar em conta não só a intensidade das mesmas, o maior ou menor grau de clareza na percepção sensorial, mas também a qualidade ou conteúdo delas. Não é a mesma coisa perceber claramente um santo, os demônios, animais aterrorizantes ou um ruído, um resplendor, ouvir vozes, músicas ou um cheiro indefinido. Sob esta disparidade, oculta-se uma significação que não pode ser negligenciada. O que o médico procura é desvendar, atrás das aparências sensoriais, a tendência, a significação oculta e as causas psicológicas ou psicofisiológicas das alucinações. A manifestação freqüente de alucinações pode ser um sintoma patológico indicador de uma personalidade desintegrada.
a)Alucinações Visuais podem ser reproduzidas experimentalmente em circunstâncias favoráveis, por isso, seu estudo é mais fácil. Os tipos mais comuns de alucinações visuais são as chamadas imagens hipnagógicas. Consistem numa aparição que se manifesta no momento do semi-sono ou estado crepuscular.
Em geral, a imagem alucinatória é absolutamente estereotipada: a visão de um ser fantástico, rostos, um olhar familiar, etc. Quase sempre o paciente as reconhece como alucinações; sabe que está sendo enganado pelos sentidos.
A visão frequentemente é instantânea ou extremamente curta, e também frequentemente acompanhada de um sentimento de angústia. Em regra, repete-se com frequência e pode ser até quotidiana. Em pessoas submetidas a uma prolongada vigília; a sonolência provoca imagens hipnagógicas.
Nos campos de batalha, quando os soldados são forçados a passar vários dias sem dormir, são frequentes as perturbações deste gênero. Uma modalidade pitoresca de alucinação visual é a liliputiense. O alucinado percebe um mundo de personagens diminutos semelhantes aos de Gulliver. O paciente chega a regozijar-se com este pequeno mundo achando-o divertido. Qualquer tipo de alucinação, inclusive as liliputienses tem sido observadas em pessoas que aparentam boa saúde. Parece, porém que a senilidade forma uma condição especialmente favorável para as alucinações. Também são bastante comuns no curso de intoxicações exôgenas e especialmente no alcoolismo sub-agudo.
Os traumatismos cerebrais das últimas guerras possibilitaram inúmeras comprovações de alucinações visuais. Um soldado ferido na região ocipital esquerda; quinze meses mais tarde, começou a ter crises caracterizadas pela aparição de luzes brilhantes e intermitentes. Estas crises foram seguidas de outras alucinações complexas; com imagens em movimento, vivas, representando cenas vividas pelo ferido e que haviam-no impressionado fortemente.
O Delirium Tremens é uma outra situação propícia à alucinação visual. O alcoólatra, em delírio, crê perceber formas em movimento, silenciosos seres estranhos, animais bizarros, que podem se apresentar com os detalhes mais realistas. As formas esquisitas parecem ameaçar o acoólatra, confundindo-o a ponto de desorientá-lo e aterrorizá-lo. Outros sentidos, como a audição e o olfato também podem ser alucinados. A combinação de diversas alucinações provoca no sujeito um sentimento de realidade total, tão intenso, que o alcoólatra pode chegar ao desespero.
b)Alucinações auditivas são tão frequentes quanto as da vista, combinando-se às vezes com estas. Principalmente nas intoxicações, mas podem ocorrer, como toda alucinação, em circunstâncias aparentemente normais.
Realizaram-se esperiências em laboratório para provocar alucinações auditivas. Por exemplo: esfriando com cloruro etílico a circunvolução cerebral correspondente à audição num mutilado cujo ferimento permitia uma ação direta sobre o cérebro, vozes estranhas eram ouvidas pelo paciente. Em pessoas submetidas à eletrização da parte posterior temporal, ou excitando zonas cerebrais correspondentes à audição, tem-se produzido alucinações verbais, ou inclusive, até complexas peças musicais.
Nas alucinações auditivas verbais, o que o sujeito percebe não é outra coisa que sua "linguagem interior". É "ouvir de dentro para fora". Mas com a característica toda especial de que o alucinado não reconhece como própria, sua "linguagem"; não conseguindo identificá-la como proveniente de seu EU pessoal.
Esta não identificação da "linguagem interna" leva o sujeito, em muitos casos, a atribuir como realidade, a alucinação auditiva, acreditando ser os espíritos dos mortos, Deus, o diabo ou qualquer entidade sobrenatural a causa ou a origem destas audições. O Alucinado, então, julga-se um "escolhido", um profeta, ou um médium em diálogo constante com o "além".
As pessoas que sofrem este tipo de alucinações salvo excessões, manifestam profundas perturbações da personalidade, geralmente de desagregação psíquica de dissociação dos laços que garantem a unidade do EU.
c) Alucinações do gosto e do olfato são em geral , muito elementares e monótonas: sabor ou cheiro de algo queimado, de peixe, de matéria fecal, gostos ou odores acres, repulsivos, etc. Jogam um papel importante no desenvolvimento de idéias de perseguição. Suscitam idéias de envenenamento, de rechaço dos alimentos.
Nos casos de alcoolismo ou nas neuroses e psicoses de perseguição, tornam-se particularmente penosas.
As mais diversas causas- As causas das alucinações são muito diversas. Umas originadas por traumatismos: lesões cerebrais, golpes na cabeça, mutilação, pressões em alguma região cortical... Outras, por intoxicações do organismo provocadas por álcool ou por substâncias alucinógenas: LSD, mescalina, ácido lisérgico, peiote mexicano, cocaína, etc. Todavia, sabe-se que certas neuroses e psicoses vão acompanhadas de frequentes alucinações; isto indica que desequilíbrios psicológicos, perturbações mentais e a demência estão também na base de falsas percepções. Estados de fadiga física ou mental são também causa frequente de uma alucinação.
Fora as causas específicas, cujo diagnóstico dependerá de cada caso concreto, o ambiente sócio-cultural e religioso determina certas formas alucinatórias. Temos assim, as alucinações dos endemoninhados ou as que acompanham a prática do espiritismo.
d)Alucinação dos endemoninhados antes de qualquer coisa, se trata de doentes. Os grandes casos de endemoninhados na história mostram que os protagonistas eram mais ou menos desequilibrados, sofrendo alucinações da índole mais diversa. O Pe. Surin, exorcista e "endemoninhado" de Loudun, assim escrevia: "Estou em conversa perpétua com os diabos... De três meses para cá, eu nunca passei um dia sem ter o diabo ao meu lado. O diabo passa do corpo da pessoa possessa e entrando no meu, me agita e me atravessa visivelmente durante várias horas..." Surin tentou suicidar-se e foi considerado, nos registros de sua ordem religiosa, como um enfermo mental.
O mais notável nas "pseudopossessões" demoníacas é a violência, a diversidade e a impetuosidade das alucinações. Os pacientes vêem, sentem, cheiram, ouvem e obedecem ao "demônio". Entre as alucinações do tipo demoníacas, se destacaram pela sua vivacidade, as da esfera genital: Os famosos íncubos e súcubus. O alucinado pensava estar em contato sexual com demônios machos ou fêmeas. Estes delírios sexuais foram mais frequentes em ambientes onde existia grande repressão ao sexo.
e) A alucinação em ambiente espírita mostra que diversas vezes, a crença na comunicação com os espíritos dos mortos dispara os mecanismos da auto-sugestão que estão na base das mais diversas alucinações. O médium, sentindo-se invadido pelo "espírito do morto", chega a vê-lo, conversa com ele, escuta as mensagens que o "espírito" lhe comunica, dramatiza um relacionamento irreal que, com toda a propriedade, pode ser chamado de alucinatório, isto é, sem base na realidade.
Em todos os casos, uma análise psicológica destas falsas comunicações com os espíritos revela que seu conteúdo não é mais do que a manifestação dramatizada das idéias, afetos, tendências e desejos da personalidade do médium ou se fazendo eco do ambiente em que vive.
Uma percepção paranormal pode estar na base de uma alucinação sensorial. O sentimento mais ou menos confuso de que algo de ruim tem acontecido, captado parapsicologicamente, pode manifestar-se por meio de uma dramatização do inconsciente, sob a forma de alucinação visual, auditiva, etc.
Não deve confundir-se a alucinação com a fantasmogênese, ecto-colo-plasmia, aporte, fotogênese, psicofonia e tantos outros fenômenos parapsicológicos. Nestes casos, a visão, audição ou qualquer outra impressão dos sentidos é real; corresponde a objetos externos reais.
10 - FENÔMENOS EXTRANORMAIS:
10.1 - HIPERESTESIA DIRETA.
Grande sensibilidade de nossos sentidos. A hiperestesia (hiper = sobre; estesia = sensação) significa exaltação da sensação. Hiperestésico é quem capta e pode manifestar estímulos mínimos. As pessoas que manifestam com alguma frequência esse fenômeno e por extensão outros fenômenos extra-normais, são chamados "sensitivos" . (Metagnomo seria quem manifesta fenômenos paranormais).
A hiperestesia se olharmos para certos animais, ficaremos pasmados com a hipersensibilidade que podem ter seus sentidos, fundamentalmente aiguais aos nossos. As borboletas, machos da espécie "Arestias selene" são atraídas pela fêmea, na época do cio, até a distância de 11 quilômetros. Um cachorro de caça se guia por uma admirável hiperestesia do olfato sobre o mínimo cheiro de que fica impregnado o chão pisado há uma hora ou mais por um coelho, por exemplo, que passou por lá.
A sensibilidade dos sentidos de certos animais serve para alertar-nos e obrigar-nos a admitir a possibilidade da hiperestesia no homem, ao menos uma hiperestesia inconsciente.
De algum modo, todos somos hiperestésicos, isto é, todos somos capazes de captar com os sentidos, estímulos mínimos. Ás vezes estes estímulos são tão pequenos que o consciente não tem modo de reagir e cair na conta da percepção hiperestésica inconsciente. São sensações inconscientes.
O doutor Hereward Carrington descreve uma experiência interessante a respeito de algumas destas sensações inconscientes (no caso, subconscientes):
Introduzida uma pessoa numa sala na qual nunca tinha estado, damos-lhe somente uns quatro ou cinco segundos para que observe tudo o mais que puder. Após sair da sala, poderá se lembrar de uns 15 ou vinte objetos. Mas se for hipnotizada em seguida, para aproveitar as sensações que de fato teve e das quais não consegue lembrar conscientemente, observaremos que poderá lembrar, sob o efeito da hipnose, que faz surgir certas sensações inconscientes, mais uns 40 ou 50 objetos que estavam na sala e dos quais só inconscientemente teve conhecimento.
Todas estas sensações, tão pequenas que o consciente não percebe habitualmente, são tipos do que chamamos hiperestesia.
Precisamente porque o consciente não capta, direta ou normalmente, tais sensações, é difícil determinar o número e qualidade delas. Existem, porém, e são, entre outras coisas, os fundamentos da tão discutida “propaganda subliminares”.
Exemplo: Numa fita de filme de cinema, grava-se num só fotograma e em segundo plano, suavemente a palavra "sangue". Num outro fotograma, e também pouco nítido, uma caveira. Quando a fita for projetada, numa cena de horror, ninguém poderá dar-se conta nem da palavra "sangue" nem da caveira. A ínfima sensação, porém ser captada inconscientemente e, surgindo à tona, a impressão de terror do filme, é ou pode ser aumentada.
Hiperestesia Consciente Também o consciente pode chegar, pelo treino, por exemplo, a graus fantásticos de hiperestesia. Os marinheiros chegam a enxergar objetos a distâncias muito superiores às que atingem pessoas dedicadas a outras profissões. Alguns pintores chegam a distinguir matizes nas cores completamente indiferenciáveis para a maioria das pessoas. Certos selvagens possuem, pelo exercício, um ouvido que supera a sensibilidade do mais sensível microfone, e um olfato que lembra o dos cachorros de caça.
10.2 - HIPERESTESIA INDIRETA DO PENSAMENTO (HIP).
É a “leitura” do pensamento (através da linguagem corporal; capacidade de “ouvir” o pensamento à curta distância, poucos metros). Em primeiro lugar, os mecanismos da faculdade chamada HIP, ou Hiperestesia Indireta do Pensamento. Todos os nossos atos psíquicos, de qualquer espécie, consciente ou inconsciente, pensamentos, recordações, sentimentos; traduzem-se ou são acompanhados por reflexos físicos de diversas ordens. Por exemplo, um falar muito diminuído, muito suave, muito subterrâneo; umas emanações do tipo magnético detectado hoje e medidas pelos russos, de uma hiperfrequência notável; uns reflexos na pele, reflexos também motores, etc.
Através deste mecanismo, os pensamentos de qualquer pessoa passam às pessoas que estão presentes; tudo o que nós sentimos e imaginamos passa e não pode deixar de passar às pessoas que estão presentes. Essas pessoas, inconscientemente, captam de uma forma direta, os reflexos sensoriais e indiretamente os pensamentos ou os atos psíquicos que os provocaram. Este é o mecanismo da Faculdade Hiperestesia Indireta do Pensamento, a HIP, mecanismo certamente complexo, impossível de ser explicado em poucas palavras.
Tudo o que as pessoas presentes sabem, o inconsciente também sabe. É lógico, portanto, que algumas vezes o manifeste. A HIP se revela de duas maneiras: por contato ou sem contato. Quando é por contato, chamamo-la cumberlandismo, por ser Eduardo Cumberland, o primeiro a descobrí-lo e a apresentá-lo, inclusive, em demonstrações públicas.
Muito conhecido tornou-se a menina Ilga K, de Trapene (Letônia). Filhas de pais sãos desenvolveu-se normalmente, mas intelectualmente, permaneceu muito atrasada. Aos oito anos balbuciava como uma criança de dois. Nunca aprendeu a ler, nem a calcular. Não passou do conhecimento isolado das letras e dos algarismos. Pois bem, aos nove anos, apesar de ser incapaz de ler e calcular, quando se concentrava, Ilga lia qualquer parágrafo em qualquer língua incluindo Latim e Grego antigo; resolvia problemas matemáticos, contanto que alguém (principalmente sua mãe) os tivesse em sua presença, lendo mentalmente o mesmo paragrafo ou pensando na solução do problema. Discutia com professores universitários sobre qualquer tema: "sabia" (sem compreender nada); tanta matemática quanto os professores de ciencias exatas; discutia com os catedráticos de medicina...(captava por HIP, a resposta dos próprios pesquisadores).
Investigações sucessivas, rigorosas, continuadas; de especialistas de vários países demonstraram que se tratava de um caso de manifestação de HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento. Nosso inconsciente, às vezes, pode manifestar (casos especiais ou pessoas especiais) tudo o que as pessoas presentes (a poucos metros, pois depende dos sentidos) conhecem, incluindo conhecimentos inconscientes. Nosso inconsciente é um sábio prodigioso.
10.3 - PANTOMNÉSIA.
Capacidade do Inconsciente de se lembrar de tudo. Além de sábio, o inconsciente não esquece nada. Outra faculdade inconsciente, comum a todo gênero humano, é a chamada pantomnésia, memória de tudo. Um jovem açougueiro, em um ataque de loucura, recitava velozmente paginas inteira da “Fedra” de Racine. Curado da loucura, por mais esforços que fizesse, não conseguia recordar-se de um só verso. Declarou que ouvira unicamente uma vez, a leitura dessa tragédia, quando pequeno.
Para saber até onde chega o poder mnemônico do inconsciente, um passo importante, sem duvida, é a comprovação de que nosso inconsciente nos recorda coisas que conhecemos quando nem possuíamos o uso da razao. Este fato se comprovou muitissimas vezes.
O dr Maury, por exemplo, conta que certa noite sonhou que era criança e vivia num povoado chamado Trilport. Alí imaginou ver um homem uniformizado, que dizia chamar-se "fulano de tal". Maury apreciava analisar seus sonhos. Ainda que não tivesse a menor idéia daquele homem, nem daquele povoado, onde pensava nao ter nunca vivido, havia no sonho uma vaga sensação de "já visto". Passado algum tempo, se encontrou com a antiga ama seca. Ela lhe disse que, sendo ele muito pequeno, foram à mencionada localidade, onde o pai devia construir uma ponte, e que ali existia um policial com o mesmo nome que soubera através do sonho.
Por meio da hipnose ou de associações, testes, drogas, etc, o psiquiatra podera obter algumas vezes do inconsciente, recordações que o auxiliem na recuperação do paciente. O advogado poderá obter preciosos dados para a reconstrução dos fatos do seu cliente, etc. Pela hipnose, se chegou, às vezes, a bastante profundidade do arquivo inconsciente. Uma experiência quase de rotina é a comprovação da memória do inconsciente durante a hipnose.E consequentemente, a imaginação se exalta também, dando à linguagem dos pacientes um brilho e um colorido notáveis. A memória reproduz, com extraordinária precisão, cenas e pormenores que, em estado de vigília, estão completamente esquecidos ou jamais fixados.
10.4 - TALENTO DO INCONSCIENTE.
Inteligência e raciocínio do Inconsciente. Não só o inconsciente pode fazer tudo o que o consciente faz, mas inclusive supera ao consciente amplamente em inteligência.
O inconsciente, aliás, tende a dramatizar segundo as próprias idéias; frequentemente também amplia mínimos estímulos e os interpreta; às vezes recorre a dramatizações ou símbolos tão exagerados que podemos dizer que se converte em caixa de ressonância.
A esse conjunto de notáveis qualidades chamamos "talento do inconsciente".
Quantas vezes as pessoas agem de maneira esquisita "sem saber porquê". Quantas vezes muitas pessoas estão tristes e não sabem o motivo. Ás vezes há causas fisiológicas, mas em uma boa porcentagem dessas ocasiões, uma análise profunda descobriria os motivos incosncientes de ordem intelectual, Sensações inconscientes, fatos arquivados no incosnciente se associam, dando origem a imagens incosncientes e sentimentos, dos quais o consciente só se apercebe depois pelos efeitos: está triste, age por impulsos, não sabe os motivos de seus atos, etc.
Na fase sonambúlica da hipnose, comprova-se facilmente a associação inconsciente. Sabemos já que a memória se exalta reproduzindo com espantosa exatidão, cenas, pormenosres, conhecimentos que pareciam totalmente esquecidos. A imaginação por sua vez, aviva-se também, a linguagem atinge um brilho e colorido notável.
O talento do inconsciente é, às vezes, tão grande, que alguns autores foram levados erroneamente a atribuir responsabilidade ao sono, porque havia nos sonhos inteligência. Os loucospodem ser muito inteligentes; são, porém, irresponsáveis, porque a responsabilidade depende principalmente da vontade e liberdade.
Há quem defenda que nos sonhos produzem-se operações intectuais superiores às que realizamos quando estamos acordados.
Intuições- a intuição é uma visão intelectual que parece vir do fundo da alma, uma revelação vinda do interior e que não depende do esforço mental. De repente percebemos alguma coisa que, depois frequentemente, comprovamos ser preciosa e verdadeira.
Pasteur dizia que as grandes intuições só eram dadas aos que se preparavam para recebê-las. Na maioria dos casos é assim. O investigador ou o experimentador, por exemplo, têm de repente uma intuição genial, sem saber de onde veio, mas antes tinham empregado muito tempo e energia na procura da solução que agora se apresenta imediata, "irracional", "sem lógica".
É o resultado de um raciocínio inconsciente.
Persigout, matemático, demonstrou que. Descartes, como Kepler, Pascal e outros deveram uma grande parte de suas descobertas ao raciocínio do inconsciente. Particularmente os grandes poetas, pintores, músicos, etc, devem muitas das suas obras de arte ao seu inconsciente.
O trabalho do inconsciente aparece ou se exerce também em estados alterados de consciência, como o transe, hipnose, etc... Muitas pessoas espantam-se frequentemente com essa classe de fenômenos do talento do inconsciente, realizados em seções de pessoas em transe (mas que acreditam estarem “incorporadas por divindades, espíritos, demônios, etc)”.
Sabem essas pessoas quantos dados capta e armazena o inconsciente, mesmo de uma pessoa inculta?
Devemos ter em conta também o conheciemento por via paranormal (Telepatia, precognição), que pode somar-se aos conhecimentosarquivados no inconsciente. Todos esses conhecimentos podem ser combinados, elaborados, dando como resultados, magn[ificas "revelações" intelectuais. Isto acontece especialmente nas pessoas que entram em transe constantemente (médiuns por exemplo), onde o treino durante anos prejudicou cada vez mais o equilíbrio psíquico de forma a facilitar muito a manifestação do inconsciente.
É o desconhecimento das possibilidades do inconsciente que levou tantas pessoas a atribuir tais fenômenos a manifestações do além.
Em certos ambientes, a dramatização tipo "aparições dos mortos" é bastante frequente. A propaganda e crença no espiritismo, ocultismo, esoterismo, possessão demoníaca, etc, provavelmente é a causa de que o inconsciente adote este tipo de dramatização, dado a tendência que tem o incosnciente de se acomodar ao ambiente.
Exemplo: Um jovem lembrava-se de que seu falecido pai tinha comprado e pago um pequeno terreno, mas não tinha podido ele herdar por não possuir os documentos legais nem saber onde poderiam estar arquivados. Em processo judicial, estava disputando a posse, com perigo de ele perder o terreno. Preocupado, dormia na véspera do julgamento, e sonhando, viu seu pai, que lhe dizia estarem os documentos em casa de certo tabelião aposentado. Acordando, quis comprovar se era certo e, com efeito, lá estavam todos os documentos com os quais venceu a disputa judicial.
O inconsciente, excitado pelo perigo de perder o terreno, encontrou a lembrança arquivada e manifestou em sonhos que o pai tinha falado no assunto. Em sonhos o caso é dramatizado com detalhes, como se tratando de muma aparição.
Deve-se destacar a sensação de absoluta independência entre consciente e inconsciente. Esta sensação de estranheza, de modo especial, em épocas antigas levou muitas pessoas a pensarem que alguns sonhos eram mensagens do "além" (oniromancia).
Em geral, todas as manifestações do inconsciente se prestam a superstições.Podem produzir resultados tão extraordinários, de aparência tão completamente nova, de origem tão inconsciente, como funcionamento em plena independência da vontade, que facilmente serão tomados como comunicações do além ou de seres superiores, dependendo da crença.
Pessoas perfeitamente normais e sadias, ao menos em aparencia, pelo simples fato de entregar-se às práticas mediúnicas, podem romper facilmente o seu equilíbrio psíquico e dar lugar a uma atividade automática. Os resultados do automatismo simulam de uma maneira perfeita, comunicações do além, não sendo na realidade nada mais do que resultados do funcionamento inconsciente das faculdades humanas.
10.5- XENOGLOSSIA.
Falar línguas diferentes ou desconhecidas do Consciente. Não confundir com glossolalia que é a lingua das criancinhas (balbuciar) e manifestações histéricas. É um fenômeno parapsicológico que consiste em falar (empregar) sem fraude, línguas reais que o consciente não conhece.
Falar (empregar) línguas estrangeiras sem tê-las aprendido. O fenômeno foi chamado por Richet (Charles Richet -Parapsicólogo) de Xenoglossia (do grego xenos=estrangeiro, e gloto=falar). Fora da ciência experimental o fenômeno é mais comumente chmado "glossolalia" (falar línguas) ou "dom de línguas".
Usamos o termo empregar para incluir a xenoglossia falada, escrita, ou qualquer outro sistema de expressão. A xenoglossia escrita, etc, não se diferencia da xenoglossia falada. A única diferença é meramente extrínseca, ficando tudo no âmbito do inconsciente.
Exemplo: Uma senhora, em um acesso de broncopneumonia, começou de repente a exprimir-se em um idioma desconhecido por todos os presentes. Depois se comprovou que era o idioma industani. A senhora desconhecia completamente aquela língua. Foram necessárias longas e trabalhosasinvestigações para comprovar, depois de muito tempo, que até a idade de quatro anos, aquela senhora viveu na Índia. Desde aquela datahaviam passado 60 anos.
Há muitas fraudes, talvez até inconscientes, ou ao menos irresponsáveis, e explicam muitos casos de xenoglossia "aparenmte".
Também não é xenoglossia entender línguas, embora geralmente os autores incluam no conceito de xenoglossia o fenômeno de entender línguas desconhecidas.
Outro tipo de pseudoxenoglossia é o de inventar línguas novas, mesmo perfeitas. Isto é Talento do Inconsciente, mas não é xenoglossia.
São mais frequentes os casos de xenoglossia meramente "mecânica", com a repetição de palavras guardadas no inconsciente; porém sem a pessoa entender o que está falando.
Xenoglossia Experimental: Não é muito raro que no sonambulismo hipnótico surjam espetaculares xenoglossias mais ou menos provocadas pelo hipnólogo. A inconsciência da hipnose é bastante parecida com outros estados de inconsciência, nos quais o fenômeno surge espontâneamente: febre, transe, narcótico, traumatismo psicofísico.
Exemplo: Uma moça quase analfabeta, posta artificialmente em estado de sonambulismo hipnótico, recitou um longo trecho oratório em latim, língua da qual ela não sabia uma palavra sequer. Comprovou-se, porém, que anos atrás, um tio da jovem recitara um dia aquele mesmo trecho perto do quarto de dormir da moça, que então se achava doente. (O inconsciente não esquece nada -Pantomnésia).
Plurixenoglossia: Dizemos que há monoxenoglossia quando se fala uma só língua que o consciente desconhece. Plurixenoglossia é quando se empregam várias línguas desconhecidas. A pantomnésia e a hiperestesia, direta ou indireta, bastam para explicar muitos destes casos.
Exemplo: Uma jovem de 17 anos, Ninfa Filituto, siciliana, sofria de uma forte crise de histerismo com sonambulismo espontâneo. No primeiro dia da crise assegurava que era grega e escrevia com letras gregas, mas frases italianas...Ela desconhecia a língua grega. No dia seguinte, falava corretamente o francês, conhecendo dessa língua, em estado normal, só os rudimentos. No terceiro dia falava algo de inglês. No quarto dia da crise, a doente falava corretamente o italiano, que normalmente falava bastante mal e com muito sotaque. Durante estes quatro dias, esqueceu no consciente, completamente o siciliano, seu dialeto natal. No quinto sai, porém, passada a crise, recobra o dialeto siciliano, esquecendo por completo os espantosos progressos feitos em grego, francês, inglês e italiano. Desconhecia o grego, mas consta que pouco antes da crise, esteve folheando uma gramática grega. Para o inconsciente, pantomnésico, basta pouco tempo para aprender o vocabulário grego. O estudo do francês e a prática diária de falar italiano e conviver com italianos, foram suficientes para que o inconsciente aprendesse corretamente essas línguas. Falava algo do inglês.Sendo a itália um país de turismo, haverá alguém que nunca ouviu falar inglês?
Entre as causas da Xenoglossia, como explicação total ou explicação parcial completando a pantomnésia , parece que a HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento ( ou a Telepatia, em último caso) é o fenômeno parapsicológico que mais frequentemente intervém.
Há muitos casos de xenoglossia por HIP-Hiperestesia Indireta do pensamento. A pessoa capta o pensamento (as respostas) da pessoa que faz perguntas e responde corretamente sem entender o que está falando.
O pensamento captado por hiperestesia indireta pode ser o pensamento inconsciente (sentimentos, lembranças, associações). Aliás, é mais frequente captar o pensamento inconsciente do que o consciente.
Xenoglossia inteligente: (A pessoa entende o que ela está falando) Ao inconsciente hiperestésico chegam inúmeros dados linguíticos. Os fenômenos paranormais de atividade incosnciente podem colaborar no descobrimento e apresentação de dados. A Pantomnésia (memória do inconsciente) conserva para o inconsciente esses dados, como também os dados captados por "vias normais", em número imensamente maior do que pode conservar o consciente. E o incosnciente possui um assombroso talento: pode elaborar complicados raciocínios, faxer descobertas prodigiosas, comparar e combinar dados, etc em uma proporção que o consciente dificilmente pode alcançar. O resultado de tudo isso em determinadas circunstâncias é uma xenoglossia verdadeiramente "inteligente", ás vezes de frequente uso.
Existe Xenoglossia paranormal? Não! A xenoglossia sempre é por HIP (Hiperestesia Indireta do Pensamento), por Pantomnésia (O inconsciente se lembra de frases ou palavras um dia ouvidas), por Talento do Inconsciente (O inconsciente pode ter a capacidade de formular ou aprender uma língua em pouquíssimo tempo) nunca se aprende uma língua por telepatia! Uma palavra pode ser. Uma frase pode ser. Uma língua inteira, se não há alguém por perto, não aprende. Aprende-se na rua, no cinema, cruzando na rua com alguém que fale a língua, não existe xenoglossia por Psi-Gamma.
A xenoglossia sempre é extranormal, em todos os fenômenos; ou xenoglossia supranormal, (Milagre) enormemente superior.
11 - FENOMENOLOGIA.
11.1 - FOTOGÊNESE.
Luminosidade causada pela telergia. Fotogênese é o fenômeno de luminosidade parapsicológica e tem recebido diversos nomes: Fosfogênese, telefania, fotogênese.
Fotogêneses fraudolentas: não é difícil obtê-las artificialmente mediante óleos fosforados ou sulfetos de Cálcio, Bário, Estrôncio, que depois de serem expostos ao sol, emitem luminosidades na escuridão.
A "médium" Mrs. Thompson utilizava botões banhados nessas substâncias para produzir fenômenos de fotogênese nas suas sessões de espiritismo. São numerosos os casos de médiuns muito estudados e que só depois de muito tempo foram pegos nas suas fraudes, sendo estas variadas e com as mais diversas substâncias. Como exemplo, podemos citar o conhecido caso de Pasquale Erto. Deu sessões perante cientistas desde fevereiro de 1922. Em 1923 foi pesquisado pelo Dr. Geley, que em 1920 assumira a presidência do Instituto Metapsíquico Internacional de Paris. No mesmo Instituto, contando com a presença de ilusionistas, só depois de 36 sessões, os mágicos suspeitaram dos movimentos do médium. No jornal "Le Martin" de 7 de abril de 1924, apareceu uma nota do Instituto Metapsíquico anunciando Ter achado um pequeno fragmento de ferro-cerium na sala, depois da sessão,ocasionando logicamente o protesto de Erto. Em abrli e maio de 1924, é pesquisado na "Sorbonne" por Maurice Garçon, Paul heuzé, Jean Winchon. É então que os pesquisadores, já alertados, começaram a cair na conta de pequenos detalhes que, por fim, os conduzem à descoberta da fraude. O exame microscópio do maiô (roupa grudada à pele para evitar fraude) de Erto revelou a presença de fragmentos de ferro-cerium; também foram descobertas minúsculas pontas de aço, que apesar dos rigorosos controles nas sessões, lograra introduzir furtivamente. Esfregando os elementos produzia faíscas dissimulando o barulho com um forte suspiro.
Em certa ocasião, o coronel Albert de Rochas acendeu a luz no momento em que o médium George Valiantine espalhava "fotogeneses" com os pés previamernte impregnados de fósforo. Dos casos de fotogênese produzidos por Eusápia Paladino, existem muitos depoimentos. César Lombroso diz: "As aparições de pontos luminosos que Eusápia Paladino produz...às vezes são luminosidades indefiníveis, geralmente de contornos esfumados e de forma redonda, brilhantes; outras vezes se assemelham a "línguas de fogo". São características, múltiplas e intermitentes, sendo impossível e até absurdo compará-las às fosforescências artificiais...".
Mas em Paris, Eusápia perdeu um pedaço de ferro-cerium, com o qual produzia os fenômenos luminosos. Os "fogos fátuos", que são vistos sobre os pântanos, nos cemitérios, e em qualquer lugar onde há combustão de gás desprendido de matérias orgânicas em putrefação têm dado origem a mais de uma lenda de fantasmas.
O hidrogênio protocarbono, chamado gás dos pântanos, arde numa chama azulada, pouco brilhante, mas perceptível na escuridão. Nos cemitérios, a causa dos lendários fogos é o hidrogênio fosforado, produto da decomposição que se inflama facilmente ao contato com o ar. A imaginação popular designa esse fogo com os nomes de "candeeiros dos mortos", "fogos de elfos", "lanternas de mone", etc...
Os fogos de "Sant-Elmo" se devem à acumulação da eletricidade ambiental. Podem ser vistos, em dias de tempestades sobre as torres de igrejas, sobre a copa das árvores, etc. A eletricidade estática com que se carregam algumas peças de vestir, especialmente as de nylon, faz com que produzam faíscas na escuridão. Também podem dar a impressão de se estarem movimentando. Este fenômeno nada tem a ver com o magnetismo animal, como já foi pensado. É simplesmente um fenômeno elétrico normal.
Fosforescências podem se produzir em organismos dissecados ao tomarem contato com o oxigênio livre ou com a água. Pirilampo, vagalumes, o fenômeno é muito frequente no mundo animal. A bio-luminosidade se caracteriza pela emissão de luz sem emissão de calor. Podemos classificar de parapsicológica, a fotogenese humana, pois requer pessoas e circunstâncias especiais.
Os fenômenos luminosos são relativamente frequentes nas experiências de efeitos físicos. E sua aparência externa é a mesma quando trucados (truque) e quando verdadeiros (causados pela telergia - parapsicológicos). São pontos luminosos, faíscas, nuvens que aparecem no ar, às vezes a alguns metros de altura. Movimentam-se mais ou menos rápido, mudam de forma, variam de intensidade, logo desaparecem inesperadamente. Estes fenômenos foram também obtidos por meio de óleos fosforados.
Auras relacionadas com a fotogênese estão os fenômenos de "aura". Lendas e exageros a respeito da “aura” provêm da antiga filosofia esotérica. A Sociedade Teosófica trouxe-aem 1875 do Oriente e adaptou-a às exigências do Ocidente.
Qualquer exteriorização um tanto mais especial de energia somática do homem, mesmo que no fundo possa, às vezes, ser identificada com a energia elétrica, calorífica, de fosforescência ou de raios ultravioleta, etc; podemos englobá-la sob o nome geral de telergia, isto é, exteriorização e transformação da energia orgânica.
Os Místicos são muito frequentes os casos de fotogênese e aura no contexto religioso. O papa Bento XIV, Propero Lambertini, que estudou tão profunda e sabiamente a diferença entre fenômenos parapsicológicos (naturais, humanos) e os milagres (sobrenaturais, divino), adverte: "É uma realidade a existência, às vezes, de "chamas" naturais que rodeiam a cabeça dos homens ou que irradiam do corpo inteiro da pessoa, geralmente em forma de faíscas. Há pessoas que são rodeadas por uma luz brilhante que não provém delas mesmas, mas de seus vestidos, bastão ou espada que levam consigo".
Muitas das aparições luminosas que são observadas nos místicos devem ser atribuídas a causas naturais. Não as admite o papa Bento XIV como miraculosas.
Os Milagres: O Papa Bento XIV só não duvida em classificar como de origem sobrenatural (Milagre), luminiscências imensamente superiores às fotogêneses naturais. Tais luminiscências sobrenatyurais são apresentadas unicamente por santos católicos, como Carlos Borromeu( 1538-1584), Filipe Neri (1515-1595), Inácio de Loyola (1491-1556), Francisco de Sales (1567-1622).
O caso mais obrigatório de se lembrar seria das "línguas de fogo" aparecidas sobre a cabeça dos apóstolos no dia de Pentecostes. (Superior à qualquer fotogênese natural).
No processo de beatificação de Bernardino Realino, por exemplo, se analisou sua fotogênese extraordinária: Uma das testemunhas, o senhor Tobias, descreveu como em 1608, foi consultar o jesuíta padre Bernardino, hoje canonizado. “A porta se achava entreaberta podendo ele observar uma luz extraordinária que aparecia pela pequena abertura e através das gretas. Perguntando-se a razão de tal claridade, empurrou a porta: foi então que viu o padre ajoelhado, em êxtase, e elevado ao ar, dois pés e meio do chão”.
Uma levitação assim, tão notável, pode perfeitamente explicar-se como levitação parapsicológica (sob a ação da telergia) como reação natural à emoção mística. A fotogênese porém, parece excessiva para ser só natural.
Muitas outras pessoas foram testemunhas da extraordinária luz que às vezes desprendia transformando o semblante do padre Bernardino. Declaravam que tinham visto sair faíscas de todo o corpo (o que pode ser fotogênese natural), mas muitas outras testemunhas afirmavam: em uma ou duas oportunidades, o brilho era tal que não se conseguia distinguir suas feições e tinham que desviar as vistas.
A Máquina Kirlian: Não vamos terminar este artigo sem antes fazer uma pequena alusão às fotografias da máquina Kirlian. Impressionam-se as chapas fotográficas com as "auras", não só dos seres vivos, mas também dos objetos.
Tiller e D. G. Boyers, grandes experimentadores, desenvolvendo a técnica de Kirlian chegaram à conclusão de que os halos são um fenômeno muito familiar aos físicos: o efeito Corona, isto é, a descarga que aparece em torno da superfície de um condutor quando a voltagem excede determinado ponto crítico e causando a ionização do ar.
Neste efeito Corona, tem relevado destaque a maior ou menor umidade do objeto.
11.2 - TELERGIA.
Exteriorização e transformação das energias fisiológicas de modo Inconsciente. Energia vital dirigida na sua exteriorização pelo psiquismo inconsciente. Telergia é a causa invisível, a força que golpeia ou move os objetos. Telergia é a energia somática transformada e exteriorizada, que depende do indivíduo vivo.
Ao longo da história, a telergia ou aspectos dela mais ou menos precisos, com mais ou menos "adornos" tem recebido diferentes nomes segundo as diferentes pesquisadores que "as descobriram". Zoroastro fala do "fogo vivente", Heráclito, de "fogo gerador"; as antigos ocultistas, do `espirito de vida"; Sto Tomás, de "força vital"; Mesmer de magnetismo animal"; Cazzamalli, de "antropoflux". 0 prof. Blondot falou de raios "N", a maior fonte de tais raios se encontra no homem.
O primeiro cientista que cunhou a palavra telergia foi Myers, um dos fundadores da S.P.R (Tele = longe, Ergon = trabalho). Toda a atividade muscular e nervosa, da mesma maneira que as idéias e as emoções, vão acompanhadas ou comandadas por atividades elétricas. Há mais de trinta anos se sabe que o organismo humano produz correntes elétricas. Ora, pela física se sabe que toda corrente elétrica produz um campo magnético.
Eis um primeiro passo na compreensão do "magnetismo animal" ou o que a Parapsicologia chama de telergia. É lógico pensar que numa pessoa normal esse magnetismo ou algo equivalente, seja normalmente imperceptível, mas será que em estado de transe certas pessoas "especiais", dotadas parapsicológicas, não poderiam manifestar mais "magnetismo" mais telergia?
Em 1947, o dotado Angelo Achille foi estudado pela "Societá taliana di Metapsichica", sob a direção do Dr. Maurogordato, comprovando-se por meio de um elotrodo em cada mão, em contato com um medidor, que na realização dos fenômenos parapsicológicos manifestava um potencial elétrico de 200 milivolts, enquanto que nas pessoas normais oscila entre vinte e quarenta. Os fluidômetros. Construiram-se múltiplos aparelhos para demonstrar a existência de "fluidos" (um aspecto da telergia). Entre outros podemos citar a magnetometro de Fortin, o estenômetro de Joire, o biometro de Baraduc, o zoomagnetometro de La Fontaine, o zoomagnetometro de Wall, o motor de fluído de Tromelin, a ventonhia de Geoagriault. Também se recorreu à câmara fotográfica.Foram muitos os pesquisadores que trabalharam com este método: Chaigneau, Colombés, Majewski, Dargetz, Braudt Girod, Bonnet, Le Fanc, Lancelin, Durville entre outros.
O Coronel Albert de Rochas comprovou, muitas vezes, com dotados, que "quando estes estão suficientemente perto da placa, o fluido que se desprende deles influi sobre a pelicula sensivel, assemelhando-se em tudo a "fotografia" aos eflúvios que os sensitivos desprendem dos dedos". Rochas, e já antes, o inventor do método, o físico russo Narkiewicz Iodko, comprovaram em milhares de experiencias que a impressão na placa fotográfica não dependia da eletricidade normal, pois esta era sempre a mesma e a fotografia muito diferente em intensidade segundo as diversas pessoas. E somente os dotados de faculdades parapsicológicas as vezes, conseguiam impressionar a placa de modo notável. Mais ainda: os dotados, as vezes, conseguiam impressionar a placa imediatamente, enquanto as outras pessoas demoravam até meia hora para conseguir um efeito mínimo. Também se efetuaram experiências com a mão de um cadáver, comprovando-se que não produziam nenhum efeito. Pouco importa se esta telergia é uma condensação, ou condução da eletricidade ambiente, ou de qualquer outra causa normal. É um efeito "à margem do normal", é próprio de pessoas em situações "especiais". Se os efeitos fossem normais devidos a causas físicas ou químicas em atuação comum, como defendiam os adversários do fluído; ou se se tratasse de uma energia humana especial, manifestada por todos os homens, segundo o evidente exagero de alguns "fluidistas", todas as placas fotográficas seriam veladas na sua fabricação dovido as numerosas manipulações que sofrem. Mas, este é um efeito que só os dotados conseguem: é um efeito parapsicológico. Psicobulia. De Bulia = vontade; Psijé= alma. Esta energia depende da vontade inconsciente do dotado. 0 Dr. Ochorowicz estudou com um galvanômetro a famosa dotada Stanislawa Tomczyk, que, "quando queria" (muitas tentativas), mas não sempre que queria, mudava o sentido da corrente elétrica, desviava a agulha de vinte a cinquenta graus; Ochorowicz mudava as conexões com um "comutador invisivel", e o desvio da agulha continuava no mesmo sentido porque a doada ignorava a mudança. Trata-se, em todos os casos até agora citados, de comprovações mínimas e por isso, mais frequentes, da telergia. Várias teorias foram lançadas.
A teoria da bioeletricidade (a telergia seria análoga à eletricidade com algumas variantes própria da biologia humana). Outras teorias visam mais a transformação da energia somática, como as teorias metabiótica, biopsíquica, ezopsíquica... A teoria psicodinâmica, anímica, etc. apesar da terminologia menos material, refere-se na realidade, à energia corporal. A teoria atomística também expressa os mesmos conceitos com nomes mais modernos. Bem analisadas todas as teorias concluem que a telergia é uma energia fisiológica; todos estão de acordo em que é uma exteriorização e transformação das energias fisiológicas. Para a física moderna a energia é uma só, que se conserva e que se transforma segundo os diversos efeitos que realiza. A energia térmica, por exemplo, nos organismos vivos, que pela sua vez provém da energia química da combustão do oxigênio do ar, transforma-se em energia mecânica de onde provém o movimento. A mesma energia térmica pode se transformar em energia luminosa, como nos animais fosforescentes (o pirilampo), ou em energia elétrica como na raia, por exemplo.
Os fenômenos extranormais de efeitos físicos (fenômenos telérgicos), sejam quais forem, não são outra coisa que exteriorizações e transformações diversas do organismo do dotado. Essa energia fisiológica exteriorizada e transformada para realizar fonômenos parapsicológicos é a que chamamos telergia. Assim já o compreendera, por exemplo, Mackenzie que identificara as teorias bioelétrica, metabiótica e atomística. Crookes confirma o anteriormente exposto, sob o nome de força psíquica e força vital. Dizia: "penso ter descoberto o que se utiliza para desenvolver esta força psíquica (responsável pelos fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos). Depois de ter sido testemunha do penoso estado de prostração nervosa e corporal em que algumas das sessões deixaram a Home (grande dotado), depois de tê-lo visto num estado quase completo de desfalecimento, estendido no chão, pálido e sem cor, quase não posso duvidar que a emissão da força psíquica vai acompanhada do esgotamento correspondente da força vital".
A telergia pode completar-se com a colaboração dos assistentes. Se for assim, rocebe o nome de efeito polipsíquico, isto é, colaboração de forças "psíquicas" (em realidade, físicas) de várias pessoas para produzir um determinado fenômeno (Polys = muitos; Psijé = alma, psiquismo). Ochorowicz tinha-o chamado mais exatamente “simbiose psicofisiológica”. A telergia é algo material; sua sutileza pode, porém, ser em algumas circunstâncias muito notável. Assim Jouriovitch constatou que a telergia (ou como a chamava ele, raios "Y")emanada de certos dotados, atravessava as chapas metálicas com um poder do penetração superior ao dos raios X mais puros e dos raios gamma do radium. Esta telergia atravessava até placas de chumbo de três centímetros de espessura colocadas a um metro de distância do dotado em transe, embora a interposição destas chapas diminuísse os efeitos dos raios "Y". Cha-pas mais espessas, essas mesmas, à maior distância, não eram atravessadas.
Exagero nos USA. Se todos os fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos devessem a uma força mental (?), como exageradamente pretende a escola norte-americana, os fenômenos seriam plenamente independentes da natureza dos obstáculos que se interpusessem entre os dotados e os objetos a serem influenciados, e seriam também independentes da distância, do tempo.
Na realidade, pouquíssima (ou nenhum) fenômeno parapsicológico de efeitos físicos (por exemplo, tiptologia ou telecinesia, que imediatamente estudaremos, podem ser detectados (com gravadores ou filmadoras automáticos, por exemplo...) na ausência de pessoas (de dotados). Por isso nós denominamos estes fenômenos de extranormais, isto é, sensoriais, físicos).
11.3 - PSICOFONIA.
Sons, vozes, músicas realizadas de modo inconsciente pela telergia ou ectoplasma. Hoje se fala muito da gravação de vozes sem que alguém as tenha gravado. Gravada assim “diretamente” sem causa aparente constitui-se em Parapsicologia o chamado fenômeno da Psicofonia. Partindo dos conceitos atuais e tentando dar uma explicação científica das psicofonias gravadas, as hipóteses dos investigadores são muitas, desde aquelas que nos falam de comunicações dos espíritos dos mortos até aquelas que relacionam estas mensagens com a antimatéria e os antimundos.
Acreditamos, contudo, que na investigação desta fenomenologia, subestimaram-se, para não dizer que foram totalmente esquecidas, as grandes possibilidades de nossa atividade inconsciente.. Não devemos esquecer que os fenômenos parapsicológicos são fundamentalmente do homem, e com raras exceções, por exemplo, os milagres divinos.
Desde as mais remotas épocas , o homem, preocupado por conhecer o destino que o espera após a morte, tentou por muitos meios, entrar em comunicação com os mortos. Assim, a crença na possibilidade da comunicação persistiu através dos séculos. Entre os povos da antiguidade, os sonhos eram considerados como mensagens diretas do mundo dos espíritos, de origem divina ou diabólica. Os bruxos e feiticeiros das sociedades primitivas tentaram impor a idéia de que eles possuiam a faculdade de comunicar-se com os mortos e que por meio de seus ritos ancestrais invocaram os espíritos. Na época moderna, o espiritismo, movimento "religioso" criado pelas irmãs Fox, levou ao auge essa crença e, apesar de sua confissão de que os golpes (tiptologia) eram produzidos fraudulentamente, o número de adeptos e crentes foi sempre aumentando. A este movimento aderiram inclusive alguns homens de ciência, pelo menos no início das investigações. Victor Hugo "comunicava-se" com os personagens mais famosos da história. William Blake afirmava que muitos de seus poemas eram compostos pela intervenção daqueles que ele chamava "amigos da eternidade" (?). E com eles, uma lista de personagens, por exemplo, Conan Doyle, Garland, Flammarion, etc.
De forma idêntica, alguns povos sustentaram que os espíritos dos mortos rondam o ar, a terra e os céus e que são capazes de entrar em contato com os homens e ainda mais, de penetrar no interior dos individuos a fim de inspirá-los e tomar completa posse deles, acreditando, inclusive, que podiam falar em animais e objetos naturais.
É claro que a "comunicação dos espíritos" não deve ser confundida com a sobrevivência do homem após sua morte. Tudo que antecede pode-nos levar a uma importante conclusão. Embora, propriamente falando, o consenso universal se refira à sobrevivência, este conceito facilitou em muitas pessoas, a crença supersticiosa na comunicação, unificando a crença universal na sobrevivência, com a crença na possibilidade de comunicação direta com os espíritos.
A sobrevivência é parte dessa configuração ancestral estendida a todas as raças e povos, inerente aos mistérios da história geral dos homens e alheia à reminiscência pessoal.
Portanto, esta “cultura-histórico-inconsciente-coletiva” que preexiste ao nosso nascimento, influi e predispõe ao ser humano para uma situação propícia à superstição da comunicação.
O experimentador, crendo na possibilidade de "comunicação" entra nas condiões mais favoráveis de sugestão: silêncio, desligamento do ambiente exterior, etc... e mentalmente expressa o desejo de estabelecer contato com o "outro mundo", formulando perguntas concretas a familiares desaparecidos ou invocando personagens históricos.
Estas tentativas de penetração no além costumam ser, em certas ocasiões, muito dificultosas, mas uma vez estabelecido o "contato", o diáologo é natural. O experimentador está excitando seu inconsciente e este estímulo se traduz numa mensagem pergunta que requer uma resposta por parte do próprio inconsciente que tratará de coresponder indagando seu arquivo pantomnésico (memória de tudo: o inconsciente não esquece nada) com o objetivo de procurar algum dado que possa resolver o conflito a que o experimentador o submeteu.
A resposta, frequentemente, irá dramatizada com o fator da crença da "comunicação" com os mortos.A partir deste momento, o inconsciente do agente ativará qualquer palavra ou frase registrada que encaixe, não necessariamente no nível consciente, na pergunta do experimentador e a emitirá para o exterior.
As formas mais comuns pelas quais podem ser exteriorizadas estas vozes pelo próprio experimentador são: a ventriloquia subliminar em estado sonambúlico e de semitranse, emissão provocada pelo movimento inconsciente das cordas vocais ao transmitir, ainda que em forma de pensamento, a resposta mensagem. Esta é a mais comum das explicações das psicofonias.
O movimento dos órgãos da fonética, ou melhor, a emissão das palavras internas que pensamos foi demonstrado experimentalmente. Por exemplo: Os doutores Lehmann, diretor do laboratório de psicofísica e seu colega Hansen, ambos da Universidade de Copenhague, colocaram frente a frente dois grandes espelhos côncavos metálicos, a uma distância de dois metros um do outro. No foco de um deles, uma pessoa encostava a boca ao pensar em alguma coisa e no foco do outro espelho, outra pessoa encostava o ouvido.
As experiências foram feitas de tres maneiras: com a boca semifechada, quase fechada e inteiramente fechada, operando-se sempre a respiração pelo nariz.
Os resultados obtidos foram idênticos nas três modalidades da esperiência, tendo havido apenas um fracasso de 25%. A pessoa que colocava o ouvido no foco de um dos espelhos, ouvia o que o outro pensava , estando no outro espelho. Hove, portanto a articulação das palavras correspondente aos pensamentos, fosse coisas concretas ou abstratas, imagens, números, etc; apesar de não ter havido movimento algum externamente.
Essa mínima onda sonora é captada por um bom gravador que, depois a ampliará e a reproduzirá. Omitimos aquelas psicofonias produzidas por uma atuação direta da telergia sobre o gravador, assim como aquelas que se referem às formações ectplasmáticas; trata-se de realidades capazes de reproduzir o fenômeno, mas excepcionais e que indubitavelmente são muito complexas para justificar a abundância de psicofonias que com toda a facilidade muitas pessoas produzem. É curioso observar como após as primeiras experiências psicofônicas, não é necessário muito tempo para conseguir registrar novas vozes. É claro, pois o incosnciente já está treinado e conhece o mecanismo, não necessitando, portanto de uma "prévia digestão de idéias".
Na prática, quando as mensagens psicofônicas parecem ter algum sentido, estas não se destacam precisamente por sua transcendência, mas trata-se sempre de frases carentes de profundidade. Mais um aspecto que convida, dada sua pobreza intelectual, a rechaçar a idéia de uma comunicação superior com os espíritos.
Deve-se finalmente ressaltar que as vozes quase nunca são perfeitamente audíveis sendo normalmente breves e confusas.
11.4- TIPTOLOGIA.
Batidas ou raps realizadas de modo inconsciente pela Telergia. Tiptologia. (Tipto = golpear; logos = tratado). Nomenclatura usada pelos especialistas para designar o estudo(ou o mesmo efeito) dos "raps", plural da palavra inglesa "rap" (choque, golpe, batida)que em forma verbal significa bater, golpear repetidamente. Tiptologia: a telergia produzindo ruídos.
Truques e efeitos comuns. 0 neoespiritismo, ou espiritismo moderno, nasceu de um caso de tiptologia fraudolenta, efetuado pelas irmãs Fox, Cathy e Margaret, no estado de Nova Yorque quando contavam entre sete e oite anos e meio de idade respectivamente. Este fenômeno acontecia em 1847. Anos mais tarde, em 1888, as irmãs Fox confessavam publicamente a fraude, consistente em produzir estalos, por meio da articulação do dedo grande do pé, além de utilizar, também, as articulações dos joelhos e dos tornozelos, servindo como caixa de ressonância , uma mesa, uma cadeira de madeira, etc. Inclusive, pode se efetuar com os tendões, placas de ferro (escondidas entre as tábuas de uma mesa ou no próprio corpo do detado), e assim por diante.
Omitimos outros inumeráveis truques como os desmascarados pelo famoso metapsíquico Hodgson, ou pelos grandes ilusionistas Davis e Houdini.
Não se pode negar que o calor e outras energias físicas comuns, como, a umidade, a eletricidade estática, etc.,podem ser responsáveis normais de muitos "raps". Muitas vezes, porém, a origem desses "raps" é a Telergia. Alguns exemplos: Em janeiro de 1956, uma casa "mal assombrada", em Saint-Lupicin, Jura, tornou-se conhecida em toda a França através dos jornais. Chamaram o sacerdote do lugar para que benzesse a casa. 0 sacerdote aceitou, mas como homem culto que era, aconselhou que afastassem da casa a menina Juliette R., na qual ele via o dotado responsável de tudo. A família seguiu o conselho do sacerdote, e esta "benção" surtiu efeito: daquele dia em diante desapareceu o encantamento. .. Antes, muitos pesquisadores, pessoas cultas, a polícia, etc tinham observado tudo e cada coisa sem encontrar nem o mínimo vestígio de fraude.
René Sudre, para explicar a economia de energia que pode apresentar a tiptologia (violentos "golpes", mas que podem não deixar marcas, exemplifica: "Quando se dá um golpe de martelo sobre um prego, originam-se três efeitos principais: um efeito mecânico, (a introdução do prego); um efeito térmico (o aquecimento); um efeito vibratório (que se percebe como ruído-som). Os dois primeiros absorvem quase toda a energia. Ora, este desperdício em movimento e em calor é muito limitado nos ruídos parapsicológicos e por isso a algazarra horripilante que se ouve nas casas "mal assombradas", não exige mais que um pequeno desgaste de energia".
Podemos classificar a telergia sob dois pontos de vista. No primeiro, observamos que os ruidos se podem efetuar em contato ou à distância; e no segundo, o do ruído, em superficiais e profundos. O mais normal é que se efetuem os "raps" em mesas de madeira, encontrando-se mais dificuldades sobre objetos de metal. Também observamos que as intensidades dos sons preduzidos estão em razão inversa à umidade e densidade da madeira. Sob a ação da telergia as mesas costumam ficar carregadas de eletricidade, tendo-se comprovado (por exemplo, René Sudre com a sua teoria Iloclástica, e anteriormente, em 1872, o Dr. Serilar) que a tiptologia se deve não a um esforço de pressão ou de torção, senão as ações estritamente localizadas e espalhadas em centros.
Todo este conjunto das características da tiptologia, assim como os fatos (frequentemente observados) de perda de peso do dotado na produção dos "raps" e de ser frequentemente acompanhado perceptivelmente por movimentos musculares do "médium" (dotado), coincidem com o que caberia esperar de um efeito de telergia. As manifestações inteligentes expressadas pela tiptologia não superam a inteligência do dotado (levando-se em conta o que logicamente se pode esperar do inconsciente e seu talento e faculdades, inclusive, parapsicológicas).
11.5 - TELECINESIA.
Movimentos de objetos pela Telergia.(Fenômeno das "casas mal assombradas"). Também conhecida como Psicocinesia, é o fenômeno do movimento a distância de seres ou objetos. Na década de 70, um dos maiores expoentes dessa especialidade, era a russa Nina Kulagna. Após testes, feitos sob o maior rigor científico, Nina revelou-se uma das maiores sensitivas de todos os tempos. Ela conseguia movimentar, a distância, pequenos objetos colocados à sua frente, mesmo que eles e ela mesma se interpusesse espessa barreira de vidro. Tentando mover, à vontade, as agulhas de bússolas, ela não apenas movia a agulha, mas o objeto inteiro.
De (tele = ao longe; kinesis= movimento) consiste em utilizar a telergia para mover objetos "à distância", isto é, sem contato normal. Experiências de Laboratório. O primeiro dotado em telecinesia que foi estudado cientificamente foi Angélique Cottin, moça de catorze anos. Começou com telecinesias, no dia 15 de janeiro de 1846, "assombrando" a casa onde vivia; uma mesa próxima a ela começou a se agitar sem causa aparente; um pesado cortiço e os mais variados objetos realizavam os movimentos mais inverossímeis. O Dr. Tanchou, depois de estudar o fenômeno, declarou autênticas as telecinesias, sem poder apresentar, contudo, explicação alguma.
A academia de ciências do Paris nomeou uma comissão que declarou que as experiências com a menina deviam ser consideradas nulas, e tudo porque a menina não tinha realizado diante deles nenhuma telecinesia. Estamos cansados de repetir à saciedade que os fonômenos parapsicológicos são espontâneos e que não podem efetuar-se à vontade. Negaremos por isso a autenticidade do fenômeno? Mais tarde o Dr. J. E. Mirville, analisando os argumentos em prol e em contra manifestou-se decididamente a favor da telecinesia real no caso de Angelique Cottin.
O mais importante dotado da história foi Daniel Dunglas Home. Com este dotado, as primeiras experiências realizaram entre 1867 e 1868, dirigidas pelo Visconde Adare, na sua residência particular. Em certa ocasião uma mesa ficou suspensa, a quase meio metro de altura, durante bastante tempo, facilitando a observação. Em outra oportunidade esta mesma mesa foi pousar sobre outra cheia de objetos. Em outras ocasiões se levantou a sessenta centímetros, deteve-se se elevando até chegar à altura de 1,52 metros. Home realizava as experiências em plena luz. Home, no fim da vida, foi estudado pelo grande físico-químico, pesquisador dos raios catódicos, William Crookes e pela Sociedade Dialética de Londres que confirmaram o fato inegável de que alguma vez Home movia objetos sem contato normal.
Outra grande dotada foi Eusápia Palladino, apanhada várias vezes em truque, mas todos os pesquisadores sem exceção, terminaram por reconhecer que também, muitas vezes, fazia telecinesias autênticas. Tal ponto que Howard Turston, considerado o melhor mágico da sua época, ficou convencido, depois de estudá-las e ofereceu uma soma de mil dólares a uma instituição de caridade se algum fosse capaz de demonstrar que Eusápia Palladino não era capaz de levantar uma mesa sem o recurso de algum truque. Diversos aparelhos para medir movimentos ou pressões, situados longe do médium, faziam registros diretos das sessões. Estas costumavam efetuar-se com frequência no laboratório do Instituto Geral de Psicologia de Paris ou no Laboratório de Psiquiatria da Universidade de Turim. Geralmente Eusápia avisava no momento em que pressentia que se iam produzir as telecinesias. Não havia surpresa, a atenção dos pesquisadores se multiplicava incentivando-se uns aos outros a tomar as precauções para evitar qualquer fraude.
Os irmãos Scneider, Willy e Rudy, a Srta. Gollinger, Pasquale Erto, a menina Florrie, Guzik, etc. Entram dentro do número dos melhores dotados nesse tipo de fenômeno. O último, Guzik realizou trinta sessões em 1922 e cincoenta em 1923. Os pesquisadores foram selecionados entre os melhores. Passavam de oitenta, e entre eles, trinta e cinco eram especialistas. Após longos anos de estudo nesta matéria, homens de ciência, de reconhecidos méritos, assinaram um documento famoso que a não ser pelos preconceitos, deveria Ter valido como definitivo em favor da telecinesia.
Casos espontâneos semelhantes são relativamente frequentes. A telecinesia é realizada pela telergia. A força que movimenta os objetos é material, física, com peso, massa e estrutura. Em maior ou menor grau, mais ou menos denso, mais ou menos perceptível; mas sempre material. A telecinesia realiza-se sempre nas proximidades do dotado; a distancia dificilmente supera os dez metros e este fato é raro. Estando sempre os efeitos em proporção com a quantidade de e a natureza dos obstáculos interpostos entre o dotado e o objeto.
O mais frequente é que a força motora não seja visível (telergia); algumas vezes o é (ectoplasma). Mas quando invisível, pode se descobrir sua presença graças às suas qualidades materiais, por exemplo, feixes de raios infravermelhos são absorvidos.. ou desviados pela telergia, como nas experiências do Dr. Osty. Sua identidade é verificável. Price construiu um aparelho ao qual chamou telecinescópio. Tratava-se essencialmenre, de um contato elétrico para fazer soar uma campainha, encerrado dentro de um recipiente fechado salvo na direção da possível influência telérgica do dotado. Dentro deste recipiente havia outros dispositivos especiais para descobrir se a força física entrava no interior. A campainha soava insistentemente no transcurso de algumas experiências e os outros dispositivos detectavam que algo físico tinha penetrado no aparelho.
Concluindo, podemos dizer que a telecinesia é o nome técnico que se tem dado à telergia quando esta movimenta objetos.
11.6 - PNEUMOGRAFIA.
É o termo utilizado para designar os fenômenos de raspagem, escrita, desenhos sem causa aparente, por causa parapsicológica. Pneumografia é termo utilizado para designar os fenômenos de raspagem, escrita, desenhos, sem causa aparente, sem causa normal, por causa parapsicológica.
O fenômeno tem sido também designado segundo os diferentes contextos com os nomes de : escrita direta, escrita dos espíritos, escrita espiritual, escrita de entes transcendentes, escrita de seres de outras dimensões, pragmametagrafia (escrita metapsíquica em objetos), pneumofotografia (impressão pela luz psíquica), etc.
Já se usam os termos Teleplastia para fenômenos de pneumografia, mas não é um termo adequado. É outro fenômeno. Teleplastia, ectoplasmia, ecto-colo-plasmia fazem referência à formação ectoplasmática de membros ou objetos. Teleplastia é a formação (com ectoplasma) de rostos (por exemplo) e não impressão ou desenhos de rostos.
Utilizaremos o termo pneumografia por considerá-lo mais ortodoxo (pneumo=psíquico; grafia=impressão ou escrita).
Já de muito antigo têm-se notícia da existência desta fenomenologia. Como todos os fenômenos parapsicológicos, tem acontecido em todas as épocas e em todas as culturas.
O Barão Ludwig von Guldenstubbe efetuou experiências com lousas onde apareciam escritas misteriosas, sem contato algum. O fato teve grande repercussão em 1850.
Posteriormente, pesquisaram o fato metapsíquicos como Charles Richet, William Crookes, Myers, etc. A Metapsíquica, ou período pré-parapsicológico, tinha começado a analisar estes "fenômenos ocultos", já com o intuito de dar-lhes uma explicação rigorosa, fora de toda a mitificação pseudocientífica.
Segundo o meio de produção dos fenômenos pneumográficos, poderíamos dividí-los em duas classes:
a) Aqueles fenômenos ocasionados com "instrumento": uma mão ectoplasmática que pega uma esferográfica, lápis, giz ou qualquer objeto real, mas "misteriosamente" movida pela Telergia.
b) Os casos em que a escrita aparece sem que se tenha visto mão nem objeto nenhum a realizando: são clássicas as escritas em ardósia.
São conhecidos muitos e fáceis truques para este fenômeno que tanto surpreendeu antigamente.Pode ser trucada com ajuda do pé ou da boca, ou inclusive, pela substituição da ardósia ou folha d epapel sobre o qual a escrita deve aparecer. Substituição que todo prestidigitado r(mágico) hábil é capaz de realizar de uma maneira absolutamente invisível.
Pode-se empregar também tintas e substâncias químicas aprpriadas, não abertamente aplicadas.
Enfim pode-se utilizar acessórios trucados, caixas de fundo duplo, de aparência honeta que podem ser examinadas, envelopes com compartimento secreto, etc, etc, etc. As técnicas para truques não faltam.
A pneumografia alguma vez é real. As mesmas causas que demonstram a telecinesia fazem possível alguma vez a pneumografia. A explicação é a telecinesia por telergia.
Prescindimos do conteúdo da mensagem, da imitação da letra e outros aspectos que escapam ao aspecto puramente pneumográfico aqui visados.
Existe um mecanismo muito conhecido na execução dos fenômenos físicos da Parapsicologia denominada polipsiquismo pelo quais vários assistentes à sessão podem colaborar na prestação de telergia. Se a isto acrescentamos a psicobulia (vontade inconsciente da pessoa que origina o fenômeno), regendo assim os movimentos do lápis, dentro da ardósia teremos explicado os aspectos principais e mais gerais do fenômeno da pneumografia em ardósias.
Nesta Segunda classe de fenômenos, a telecinesia e consequente pneumografia pressupõe uma ecto-colo-plasmia (uma mão ectoplasmática, ou seja, o ectoplasma moldado na forma de uma mão) mais ou menos visível.
Não há dúvidas que ceros fatos pneumográficos efetuados por ecto-colo-plasmia, para quem desconhece Parapsicologia, parecem difíceis de acreditar; mas foram testemunhados por alguns dos mais sábios e afamados pesquisadores.
Na realidade não é o caso de demonstrar agora a ecto-colo-plasmia (ectoplasma moldado em forma de membros do corpo: pés, mãos, cabeça) que é indiscutível em Parapsicologia
A conclusão é bem clara: Existe a Telergia. Existe a Telecinesia. Existe a Ecto-colo-plasmia. A Pneumografia não é mais do que uma aplicação dessas faculdades. Uma consequência lógica.
11.7 - APORTE.
Fenômeno Parapsicológico em que a telergia exteriorizada desmaterializa e depois materializa novamente objetos; fazendo-os atravessar muros e outros obstáculos. (pedras caindo "do nada", agulhas no corpo, lágrimas e sangue em imagens, etc).
O aporte existe e é relativamente frequente. Depende do homem e é produzido pela sua telergia. Pode-se até fazer a análise do que o inconsciente quer manifestar com esses fenômenos: desejo de chamar a atenção, de vingança, de comunicar uma notícia desagradável ou um perigo que adivinha, manifesta carência afetiva, inveja, etc.
Mas como é que a telergia realiza o aporte? Ou seja, como é que a telergia faz objetos atravessarem sozinhos, corpos e obstáculos sólidos e depois fazer com que os objetos aparecerem novamente? Como é que um objeto pode sair de um lugar fechado e aparecer fora dele? Como é que um objeto se desloca sozinho de um lugar para outro? Como é que agulhas podem se desmaterializar, e em forma de energia entrar no corpo e logo se materializar de novo? Sem infecção, sem ferida, sem perigo... E a vítima corre, caminha...sem dor? Nenhum fisiólogo seria capaz de fazê-lo artificialmente.
No entanto não há impossibilidade na física moderna. O problema é prático. Uma tentativa de explicação:
a) Trata-se de um efeito físico: um corpo físico em movimento no espaço-tempo e através de obstáculos físicos.
b) A extensão dos corpos (macroscópios, visíveis) é devida a velocidade em movimento circulatório das partículas que os constituem (em função de três variáveis: massa, energia e vetor velocidade).
c) É pela maior ou menor velocidade das suas partículas que os objetos são mais ou menos extensos e que nos dão a ilusão de continuidade.
d) Mas os corpos, na realidade profunda, são como redes de partículas microscópicas (massa-energia).
e) A massa (quantidade de matéria, coeficiente de inércia) é mínima em relação à energia e velocidade.
f) Ora, todo corpo é permeável para qualquer forma de energia e velocidade superiores à sua. Por exemplo, o magnetismo: a energia radiante do campo eletro magnético atravessa qualquer campo porque tem a velocidade da luz (300.000 km/s) que é superior à velocidade molecular (27.000 km/s) dos corpos atravessados.
g) Mais ainda, a própria massa dos corpos em movimento varia com a velocidade, segundo um dos teoremas da teoria da relatividade de Einstein.
h) Também está demonstrado por experiência de laboratório (desintegração de átomos, etc) que a massa pode se transformar em energia.
i) Se a velocidade de um obnjeto supera a velocidade molecular, então esseobjeto desintegra-se, porque vence a força de atração das partículas que o constituem.
Tendo-se tudo isto em vista, o aporte seria explicado teoricamente pelo influxo do homem na velocidade. O doente parapsicológico poderia exercer um influxo dentro do seu campo de forças, em forma de energia neuropsíquica (dinâmica cerebral) sobre a velocidade e atração das partículas (ou moléculas) que constituem os objetos. Cabem três hipóteses:
a) O doente parapsicológico imprime ao objeto do apore velocidade superior à das partículas que constituem determinada área do obstáculo: o objeto atravessa então esta área do obstáculo.
b) Transforma a massa do objeto em energia: o objeto "desaparece" e a sua energia atravessa qualquer obstáculo.
c) Exerce o influxo em determinada área do obstáculo, diminuindo ou neutralizando (durante um décimo de segundo), a velocidade molecular: essa área do objeto ficaria praticamente sem massa, permeável.
É o caso, por exemplo, de dona Lucrecia, Lorena – SP. Seu corpo apareceu cheio de agulhas. Braços, pernas, barriga, tinha agulhas de todos os tamanhos. Numa radiografia foram constatadas, só no peito, mais de 200 agulhas. Segundo dona Lucrecia, um feiticeiro, um dia lhe fez propostas imorais que ela, aterrorizada, recusou.
Depois de uns dias apareceu em sua porta um despacho, que ela, curiosa, abril e viu uma porção de agulhas de todos os tamanhos. Vingança do feiticeiro, ela pensou.
Este fato é fácil de analisar psicologicamente. Mas como Explicar? Você já ouviu falar em aporte? É um fenômeno parapsicológico que se explica da seguinte forma:
Nós temos uma força, uma energia corporal, somática, vital, que se transforma e se exterioriza, invisível. É dirigida pela vontade do nosso inconsciente.
Esta força imprime tal velocidade nos átomos de um objeto que pode transformar esses pequenos objetos em energia. Essa energia pode atravessar qualquer obstáculo e pouco tempo depois, pelo processo inverso, o objeto volta ao seu formato normal.
Com essa força chamada telergia, que todos os seres humanos tem, se explica o aporte, que é a explicação para muitos fenômenos que acontecem.
Por exemplo, virgens que choram, Cristo que sangra, pedras que entram pelo telhado de uma casa que as pessoas chamam de mal-assombrada, agulhas e pregos que aparecem no corpo de uma pessoa, sem dor, etc.
Este fenômeno freqüentemente é atribuído aos demônios, aos espíritos dos mortos ou a qualquer superstição que se queira.
Mas a parapsicologia explica que é pela telergia de um ser humano vivo. O aporte só é possível sobre objetos pequenos, a menos de 50 metros de distância da que inconscientemente o realiza.
11.8 - DERMOGRAFIA.
A dermografia é uma ação cerebral sobre o sistema nervoso simpático que comanda os corpos capilares da pele. A seleção destes corpos em vias de representar um desenho, é uma "maravilha" bem fora da fisiologia normal. Agem em estados normais, de transe, de hipnose ou de exaltação profunda. É um fenômeno especial, à margem da fisiologia normal, parapsicológico.
O termo é uma composição proveniente das palavras gregas (dermos = pele e grafia = escrita). Estigmas divinos e diabólicos.
O fenômeno é tão antigo quanto a própria humanidade. Sua explicação esteve sujeita às mais diversas interpretações. Ora era tido como um sinal ou castigo de Deus, ora como uma atuação e demonstração do próprio poder do demônio. As interpretações variavam conforme a época e o misticismo próprio do meio sócio-religioso ou supersticioso.
Certas dermografias eram atribuídas a Deus, como é o caso de muitos sinais dermográficos de estigmatizados.
Outras dermografias eram atribuídas ao demônio, na época clássica da bruxaria. Exemplo: Eram variados os estigmas dos feiticeiros ou "endemoninhados" da Idade Média ou do Renascimento. Podiam consistir em "marcas" sob a forma de lua crescente, uma garra, um par de chifres, uma pata de gato ou de um sapo. Algumas vezes segundo afirmam as atas da Inquisição os "estigmata diaboli" estavam simulados sob a língua, por debaixo das pálpebras, no nariz, embaixo dos cabelos ou nas "partes secretas do corpo". Na concepção dos juízes e inquisidores, as marcas diabólicas podiam ser também frias e insensíveis. Costumava-se por isso, para descobrí-las, raspar o acusado, e introduzir agulhas nas regiôes suspeitas. Caso ele não gritasse em cada nova picada, era um aprova cabal de sua culpabilidade.
Influência da imaginação.
A preocupação, o medo, a angústia e outros sentimentos agem sobre o organismo. Os neurologistas Hacke e Tuke, Toussaint e Barthelemy, contam o caso de uma senhora, que vendo seu filho passar por um portão de ferro, que caiu no exato momento em que ele atravessava, assustou-se, receando que os pés do menino tivessem sido atingidos. Resultou que no corpo da mulher, nos lugares correspondentes a que ela imaginara o acidente, e principalmente nos calcanhares, apareveram riscas vermelhas.
Outra mulher teve o pescoço marcado por um círculo eritemoso, por ter receado que um suporte de ferro da chaminé caísse sobre a nuca de seu filho.
Nestes dois casos vemos claramente uma sinalização dermográfica relacionada com um sentimento, com uma imagem.
Pesquisas feitas no "Antioch Colleg" (USA) resultam numa prova indireta a esse gênero de ocorrências, ainda muito contestadas. Com o auxílio de aparelhos registradores muito sensíveis, os fisiologistas do Instituto demonstram que dentro do útero materno, a criança reage por movimentos muito nítidos, à aceleração das batidas do coração ou soluços, a determinados estados psíquicos da mãe, tais como medo repentino, ansiedade, irritação e cólera. Um simples ruído pode provocar agitação na criança.
O Dr. Sontag considera que à influência da cólera, da irritação ou do medo, o organismo materno projeta no sistema circulatório, uma quantidade maior de adrenalina e de acetilcona. Essas substâncias hormonais atravessariam a placenta e excitariam o sistema nervoso da criança.
Sabe-se que a criança não só reage ante os estados psíquicos da mãe, como pode ficar seriamente influenciada e marcada por esses estados. Um medo, uma idéia fixa da mãe poderá não apenas afetar o psiquismo da criança, mas poderá afetar igualmente o próprio organismo em formação.
E, não é de se admirar se tal influência pode verificar-se em seres humanos, quando influência idêntica é constatada até no reino animal. Um fato verdadeiro, espantoso foi estudado em 1921 pelo "Institut Metapsychique International".
Em 1921, o Sr. Duquet, um dos veterinários mais conceituados de Nice, foi incumbido pelo jornal local, o "Eclaireur" de Nice, para examinar um fenômeno estranho ocorrido no interior de uma padaria da cidade. Uma gata tinha parido um gatinho marcado no peito com o número : "1921".
O fato foi verificado pelo veterinário e publicado naquele jornal devidamente ilustrado por fotografias do local e dos números impressos no gatinho, que apareciam perfeitamente nítidos.
O Instituto enviou ao local um dos seus correspondentes, o Sr. Prozor assistido pelos senhores Duquet e pelo secretário do Consulado da Rússia em Nice.
No documento escrito ao Instituto, os encarregados declararam:" as manchas cinza-escuros estão dispostas como algarismos sobre um fundo mais claro e são formados por pelos naturais sem nenhum vestígio de corante".
"Os algarismos, pela sua forma, imitam os que se encontram escritos nos sacos comprados em uma fábrica de massas alimentícias, pelo Sr. Davic, que é padeiro.Alguns desses sacos tem em cima do número, três estrelas. Verificamos também que o número constante no peito do gato apresenta em sua parte superior tres manchas pequenas. A ninhada à qual pertencia o gato, estavam ainda tres outros, dos quais um cinzento, igual à mãe e tem a mesma inscrição, localizada mais abaixo, atravessada na barriga, porém menos visível."
"Fotografamos os dois gatos e os sacos. Atestamos formalmente que o exame por nós realizados, não dá margem à suposições ou a qualquer outra espécie de fraude".
E qual havia sido o processo de formação? O Conde Prozor soube que já na metade da gestação, a gata perseguia um rato, que se escondeu atrás de um saco de farinha que não tinha nenhuma inscrição. Para impedir que a gata, com suas garras rasgasse o saco de farinha, a Sra. Davic jogou um saco vazio para proteger o cheio. Tendo sido sua caça parcialmente impedida, mesmo assim a gata não desistiu da caçada e durante horas a fio, ficou à espreita, com os olhos fixos no saco vazio que levava a inscrição "1921" e acima tres estrelas.
A realidade da influência do pensamento, das idéias das mães sobre os filhos era conhecida das antigas matronas gregas e romanas. Acreditando que este fenômeno parapsicológico raro, fosse mais comum, passavam elas horas inteiras contemplando as estátuas de seus deuses e ídolos, certas de que esta contemplação produziria efeitos semelhantes nos fetos em gestação. Entre a classe média, era comum Ter no quarto, estátuas de rara beleza, na convicção de que a beleza da estátua se refletiria no filho mediante a contemplação da mãe. É chamada ideoplasmia das mães, que tanto pode ser positiva quanto negativa, dependendo da idéia dominante.
Muito importante é o fato da pele, por sí, constituir um dos órgãos mais influenciáveis por ações psíquicas. As emoções, como nós todos estamos acostumados a observar, tornam o indivíduo pálido ou corado, com muita facilidade.
Dado o contínuo desenvolvimento da ciência, a dermografia encontrou uma explicação humana: " Aos muitos fenômenos de estigmatização religiosa e demoníaca, pode-se acrescentar as inúmeras experiências de queimaduras, equimoses, dermografia por sugestão que foram realizadas ou estudadas por muitos pesquisadores.
A pele pode apresentar manifestações patológicas, criadas tanto pela hipnose, quanto pela simples auto-sugestão inconsciente. Charcot, empregando a sugestão hipnótica, conseguiu obter grande inchação de uma das mãos, enquanto que a outra se conservava normal. Jendrassik fez a aplicação de um ferro, que provocou sinais de queimaduras, deixando inclusive cicatrizes, quando na realidade era pura sugestão.brunermann demontrou ser possível criar, por meio de sugestão hipnótica, furúnculos, eczemas, úlceras e outras manifestações cutâneas que também podiam desaparecer pelo emprego de sugestão contrária.
Se a sugestão ou a auto-sugestão é capaz de produzir determinados efeitos sobre o próprio corpo, ou no caso de mães sobre a criança; a hipnose viria confirmar a realidade e traria uma enorme contribuição para a compreensão de fenômenos tidos como exclusivamente operados por Deus ou pelo demônio. Estas constatações produziram uma grande luz sobre o problemas dos estigmatizados.
Possivelmente, o tema mais debatido na experimentação sobre a fenomenologia hipnótica, é o que se refere à possibilidade de obter bolhas cutâneas pela simples ação de estimular representações mentais.
Grande precisão
A vesicação hipnótica, como é chamada, foi suspeitada, no começo por diversos especialistas que buscam a explicação racional do fenômeno de estigmatização religiosa.
Os doutores Bouru e Burot de Rochefort, Liebault e Focachon realizaram experimentalmente a estigmatização, sugerindo-a pura e simplesmente. Depois o fenômeno tem sido frequentemente repetido.Encontram-se numerosos exemplos nas obras sobre o hipnotismo médico.
A precisão que se pode alcançar na vesicação sugerida, não fica devendo em nada aos estigmas religiosos.
Para realizá-la, traça-se com a ponta de uma espátula, uma palavra, uma figura ou marca sobre a pele do hipnotizado e lhe sugere que sangrará em todos os lugares onde tiver sido tocado com a ponta da espátula. Ea inscrição, primeiramente invisível, vai gradativamente avermelhando-se; depois o sangue começa a aparecer.
O professor Artigalas sugeriu a um paciente sujeito a hemorragias naturais pelos ouvidos e olhos, que o snague iria brotar das palmas das suas mãos. A sugestão surtiu efeito e foi preciso outra em sentido contrário para fazer desaparecer esses sintomas.
Em 1885, os doutores Bouru e Burot apresentaram no congresso de Genoble o caso de um doente no qual provocaram por sugestão, uma dermografia intensa de exsudação sanguínea. Por outro lado, o Dr. Mabille obteve com toda facilidade, em Louis Viré, a aparição de um "V" sanguinolento no braço.
Parece pois, completamente fora de dúvida que a dermografia é um processo ideoplasmático (idéia plasmada no organismo), possível de ser provocado com pessoas de tendências histéricas.
O Dr. Eugene Osty pensava uma palavra ou um símbolo; a senhora Karl adivinhava às vezes, o pensamento de Osty, trascrevendo-o dermograficamente na pele.
A dermografia demonstra categoricamente o poder espantoso do psiquismo sobre o organismo
Que a causa da dermografia é o influxo do psiquismo sobre o organismo é evidente. Mas não se conhece, no estado atual da ciência, o processo desse influxo. O Dr. Osty, explicando as fantásticas dermografias da Sra. Kahl e logicamente, outras dermografias afirma: "acontece que ela, para realizar a dermografia de seu pensamento consciente ou inconsciente, deve por meio de um ato engenhosamente seletivo das células piramidais de seu cérebro, agir com tal precisão sobre a hierarquia dos centros vasculares do sistema nervoso vegetativo, centros estes dispostos nos núcleos cinzentos subcorticais, na protuberância, no bulbo, ne medula espinhal, nos gânglios da coluna vertebral, etc. resultando finalmente numa diatação dos únicos vaos capilares; devendo servir ao traçado do que deve ser inscrito, continuando a circulação sanguinea contígua a e efetuar-se normalmente, sem "codificação" do tonus.
Ora, a exatidão atingida parece extraordinária, quando se sabe que a rede capilar microscópica excessivamente enovelada, que espalha a substância do sangue no interior dos tecidos, se fosse estendida na superfície cobriria aproximadamente sete mil e trezentos metros quadrados.
O fisiologista Pavlov supõe que um novo caminho se forma entre os centros nervosos excitados pelas sensações que provocam o reflexo condicionado e o caminho normal que desencadeia o reflexo absoluto.
E Robert Tocquet afirma: "Nos casos de estigmas, acontece a mesma coisa. A visão alucinatória de uma chaga, seja de Cristo ou de outrem, as sensações dolorosas imaginárias que se originam, permitem de maneira verossímel ao influxo nervoso de se abrir progressivamente um caminho até os centros cérebro-espinhais que comandam, por um lado, a irrigação vascular cutânea, e por outro lado, os fenomenos de fagocitose."
"Aliás, existem chagas com aparência de estigmas provocada por uma doença da medula, e tendo uma origem nervosa. Seja como for, a sensação inicial provocará uma congestão local dos vasos, seu rompimento e a destruição da derme por fagocitose, sendo que este último fenômeno pode ser provocado pelo primeiro”.
A dermografia é uma ação cerebral sobre o sistema nervoso simpático que comanda os corpos capilares da pele. A seleção destes corpos em vias de representar um desenho, é uma maravilha bem fora da fisiologia normal. Agem em estados normais, de transe, de hipnose ou de exaltação profunda. É um fenômeno especial, á margem da fisiologia normal, parapsicológico.
11.9 - LEVITAÇÃO.
Fenômeno em que a pessoa sustenta o próprio corpo no ar sob a ação da Telergia. Sempre do próprio corpo e nunca levitando o corpo de outra pessoa. Por levitação, designa-se o levantamento- acompanhado ou não- de um movimento de transladação do corpo humano no espaço.
Truques de levitação são inúmeros e com várias técnicas de realização.Mas existe a levitação autêntica. Os maiores dotados de fenomenos parapsicológicos de todos os tempos pesquisados, raramente conseguiram levitar-se. Entretanto, se julgarmos os resumos das experiências, vemos que D.D. Home, Stainton Moses, Eusápia Paladino e outros menos afamados tiveram levitações. As mais completas, as mais observadas e as mais extraordinárias, foram certamente as de Daniel Dunglas Home.
Em nenhuma levitação, considerada autêntica, sem truque, é levantada outra pessoa. Só pode levitar-se o próprio dotado. Outra pessoa só será levitada, se o dotado atuar sobre o instrumento onde aquela estiver sentda, como uma cadeira por exemplo. É que o ser humano pode atuar parapsicologicamente, por força física sobre sí mesmo, não sobre outra pessoa.
Muitos casos de autêntica levitação aconteceram e acontecem em ambientes sem conotação de nenhum tipo de religião. Ou, em outras palavras, na mais diversa variedade de conotações religiosas: católica, protestante, hindú, maometana, demoníaca, espírita, ocultista, etc.
O conjunto de todos os casos, principalmente dentro da hagiografia católica, onde o fenômeno mais se verifica, é de valor incontestável em prol da existência da levitação.Exceto raras ocasiões, as levitações dos santos se deram em plena luz do dia. Nunca existiu por parte do santo (místico), o desejo de impressionar ou de atrair a atenção sobre o que estava se passando. Possuímos, pelo contrário, muitas provas de que os expostos a estes êxtases, fizeram o possível para ocutar o fato às demais pessoas. Sua humildade sentia-se ferida pela atenção que atraia e pela veneração de que era objeto. Casualmente suas levitações foram observadas por uma ou mais pessoas.
Alguns parapsicólogos modernos da chamada escola norte-americana negam a levitação, inclusive o veredito da verdade histórica, ou existência científica, simplesmente pelo fato de não se ter medido com estatística matemática, em laboratórios. É simplesmente ridículo: em laboratório e por estatística matemática, poder-se-ia obter alguma ótima confirmação em mínima escala, de que todas ou quase todas as pessoas tem algumas mini-manifestações iniciais ou vislumbre de faculdades parapsicológicas. Mas, verdadeiros fenômenos parapsicológicos, principalmente de efeitos físicos, jamais poderão ser obtidos em laboratório e menos ainda com a frequencia que exige a estatística matemática.
Querer submeter a História, a Parapsicologia, como ciência e como verdade, à estatística matemática e laboratório, é um erro gravíssimo. É o cientista que deve adaptar-se às exigências da realidade e não a realidade aos preconceitos de determinados "cientistas". Em outros ramos da ciência, por exempo, físicos, é possível; nos psíquicos e principalmente nos parapsicológicos, certamente não o será.
O fato da levitação é um assunto muito apto para a verificação, porque existindo, não requer testemunhos de peritos para comprová-lo.É só chegar perto e rodear com as mãos e braços o corpo da pessoa levitada e verificar se não há fios ou suportes. Qualquer pessoa (de boa fé) pode verificar... A cura de um cego, a de um tumor maligno-canceroso e em outros casos, a revitalização de um morto, oferece maior deficuldade de verificação, necessitando de peritos.
Seria ilógico admitir, de um lado a telecinesia, e de outro, negar a levitação, dadas as conexões comprovadamente estreitas entre as duas categorias de fenômenos.
É conveniente frisar que a levitação não pode ser apresentada como um dos milagres exigidos para a beatificação ou canonização. Após o processo sobre a heroicidade das virtudes como testemunho divino em prol da santidade de um servo de Deus, os milagres hão de realizar-se após sua morte.
A Levitação poderá ser exercida por alavancas ectoplasmáticas apoiando-se no chão. Por esta teoria mecânica, a gravidade seria equilibrada por uma força igual dirigida de baixo para cima. Por ectoplasma se entende a energia corporal exteriorizada e visível. Não conhecemos nenhum caso de levitação autêntica na qual se tenmha visto o ectoplasma.
Embora os autores melhor informados não sejam unânimes na explicação, parece que a explicação por telergia é não só a preferida, senão também a mais plausível entre todas as aventadas.
De fato, se um médium em estado de transe é capaz de soerguer uma mesa, uma cadeira, um objeto qualquer através da transformação e exteriorização invisível da sua energia somática (ás vezes visível, ectoplasma), que chamamos telergia, não poderia com a mesma força aplicada, não já à mesa, mas a sí mesmo?
O estado de transe e de êxtase (A diferença entre transe e êxtase é mais oral que real; ambos são efeitos somáticos do "entusiasmo" interno) facilita a liberação da telergia comandada pelo psiquismo inconsciente. Não existe nenhuma contradição na aplicação da telergia no próprio corpo, da mesma maneira que atua sobre qualquer objeto. E, da mesma maneira, que na telecinesia, os objetos nunca golpeiam diretamente outras pessoas (só se for por ricochete-indiretamente); a levitação só pode ser do próprio corpo do dotado e não do corpo de oura pessoa. (se vir alguem levitar outra pessoa, já saiba de antemão que é truque).
Compreende-se que a levitação venha acompanhada por outros fenômenos se estes se devem à telergia. É comum um fenômeno telérgico vir acompanhado de outro também telérgico, por exemplo: telecinesia, acompanhada de luzes (fotogênese), de pancadas (tiptologia), de odores (osmogênese), etc.
São Bernardino realino, estando levitado, estava cercado de luz: É mesma telergia que se manifesta de modos diferentes, na levitação ou na fotogênese.
Torna-se mais plausível supor que a levitação provenha da criação-afirma Robert Toquet de um campo de força eletromagnética, oposta à gravidade.
Não é impossível que um efeito de antigravitação ou mesmo de antimassa, seja, pela sua interpretação, a base das levitações. Essa energia física, qualquer que seja, capaz de provocar esse efeito antigravitacional no homem, é incluída no que, sem mais determinação, chama-se de telergia.
11.10 - OSMOGÊNESE.
Como todo fenômeno parapsicológico de efeitos físicos, a osmogênese se deve à exteriorização e transformação da energia somática. Esta energia que, segundo os físicos, é uma só com diversas transformações. Em determinadas circunstâncias parapsicológicas a telergia deixa de ser tecido humano, ou térmica, ou motora, etc, e se transforma em energia odorífica. Entende-se por osmogênese o aparecimento parapsicológico de odores do grego (gêneses = produção; osmé = odor).
Passaremos por alto falsas osmogêneses obtidas por truques, as vezes grosseiros
Como todo fenômeno parapsicológico de efeitos físicos, a osmogênese se deve a exteriorização e transformação da energia somática. Deve-se à telergia. De uma maneira até hoje não bem conhecida e ainda não bem compreendida, esta energia, que segundo os físicos, é uma só com diversas transformações; em determinadas circunstâncias parapsicológicas deixa de ser tecido humano, ou térmica, ou motora, etc e se transforma em odorífica.
Neste artigo focalizamos a osmogênese entre os místicos católicos, por ser muito mais frequente. Não damos importância à diferença numérica; no entanto, a vida dos místicos e santos católicos tem apresentado, incomparavelmente mais casos de fenômenos parapsicológicos do que qualquer outro grupo.
Destaquemos que a ação da telergia para a osmogênese pode ser indireta, isto é, em vez da própria telergia apresentar-se como cheiro, poderiam, em certos casos, acontecer aportes de partículas odoríferas de flores próximas.
11.11 - ESCOTOGRAFIA.
Fotografias ou filmagens do pensamento. O inconsciente em raras ocasiões pode emanar imagens telérgicas invisível ao olho nú, mas possível de impressionar o filme(película) da máquina fotográfica ou filmadora. Escotografia (Skotos=obscuro e grafein=escrever), é o termo proposto por Felícia Scatcherd no Primeiro Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas realizado em Copenhague. Seria impressão no escuro, em oposição à fotografia propriamente dita, que é a impressão pela luz.
Poderíamos classificar a escotografia, como método de ajuda para pesquisar a fenomenologia parapsicológica, visando o processo técnico por meio do qual se obtém as fotografias. Ou mais exatamente, segundo a natureza das radiações pelas quais seria impressionada a chapa fotográfica. Deste modo, a classificação é a seguinte:
a)Fotografias de objetos visíveis capazes de impressionar não só as chapas fotográficas como também nossa retina.
b)Fotografias de objetos invisíveis que apesar de incapazes de impressionar nossa retina, deixariam seus vestígios nas chapas fotográficas.
As primeiras seriam chamadas fotografias parapsicológicas. As segundas, objeto de nosso estudo, são as escotografias, ou também chamadas "fotografias espíritas", "fotografia transcendental", "fotofrafia do pensamento", "psicofotografia".
Tudo o que é visível para a objetiva da máquina fotográfica e susceptível de ser reproduzido na fotografia, deve necessariamente, por essa mesma razão, ser visível ao olho humano?
Devemos responder que realmente existem coisas totalmente invisíveis ao olho humano, e que, porém, podem ser fotografadas. Por exemplo, num quarto ao qual só tem acesso os raios ultravioletas do espectro solar, uma fotografia pode ser tirada por meio dessa "luz escura". Num quarto assim iluminado, os objetos são claramente visíveis para a lente da câmara escura; em todos os casos eles podem ser reproduzidos sem que a mínima claridade seja percebida pelo olho humano.
A dramatização mais frequente foi a de atribuir as escotografias aos espíritos dos mortos. Com isto, houve uma grande dificuldade no campo da pesquisa, dado que a maioria da bibliografia existente denota uma grande falta de objetividade por estar mesclada de paixões religiosas que dificultam um trabalho objetivo e eficiente.
William H. Mumler é tido como o primeiro experimentador neste gênero em Boston (Estados Unidos) em 1861. Mumler dedicava seu tempo de lazer à fotografia. Certo dia, viu numa de suas provas, uma figura estranha ao grupo que fotografara. Foi o nascimento "oficial" de um dos fatos mais discutidos e polêmicos que lembra a história da Parapsicologia.
A explicação "lógica" que se encontrou foi que se tinha conseguido finalmente fotografar os "espíritos dos mortos". Segundo Alexandre Aksakof, o Sr Mumler obteve escotografia inclusive quando a experiência foi dirigida por quatro fotógrafos profissionais que se encarregaram de efetuar pessoalmente as operações, do lavado da chapa até o revelado; e ainda utilizavam seus próprios aparelhos.
Mas o caso Mumler tomou um rumo diferente no conceito dos sábos quando o Doutor Gadner (espírita), enganado longo tempo, descobriu que tudo fora devido à dupla exposição. O metódo é muito fácil e serve para fazer acreditar que se obteve "um corpo astral exteriorizado".
Suponhamos que o mistificador quer produzir um fantasma ao lado de uma pessoa real. Um modelo real ou um manquim vestido de roupas claras será fotografado diante de um fundo preto e com luz tênue. Depois, se servirá da chapa ou do filme assim preparadoss para fotografar o cliente que deseja ter perto dele uma "imagem espiritual". Se o cliente tiver apresentado uma fotografia da pessoa falecida antes de ser fotografado, tudo é mais fácil: substitui-se a cabeça do manequim pela da fotografia e todos ficam contentes.
Por ser fácil de fazer e de grande efeito, este truque tornou-se famoso entre alguns "médiuns". Entre eles se tornou tristemente célebre o francês Buguet. Trabalhou na França e Inglaterra onde fez fortuna. Poco antes de ser chamado a comparecer perante a justiça, efetuou uma série de experiências com a viúva de Allan Kardec e Leymarie. (Leymarie era o sucessor oficial de Allan Kardec e Diretor da Revue Espirite". Buguet tinha se associado a Leymarie) No dia 12 de maio de 1874, apareceu na experiência o falecido esposo e famoso codificador da doutrina espírita, com a frase: "Obrigado minha querida esposa, obrigado Leymarie, coragem Buguet".
Mas um senhor de Montrevil-Surmer pediu a Buguet a fotografia do "espírito" de seu filho morto na idade de dez anos e meio. Apareceu a fotografia de um homem de cinquenta anos.
Erros como o citado, em grande número, ocasionados pela quantidade de clientes que atendia assiduamente, obrigaram o governo francês a intervir. Buguet foi submetido a julgamento em 1874, juntamente com Leymarie. Buguet teve que confessar o truque perante o acúmulo de provas apresentadas. Foi condenado.
Explicou que enquanto o cliente se encontrava na sala de espera, ele procurava no arquivo alguma imagem que se assemelhasse ao pedido para ser depois evocada. A sobreposição era trabalho fácil.
Mas não acabaram as discussões. Houve inclusive no julgamento, momentos cômicos. Buguet chegou a confessar às pessoas que tinham acreditado nele, a maneira pela qual realizava o truque, mas foi impossível convencer as "vítimas", que, mesmo assim continuavam acreditando nas fotografias do além.
Segundo a "Revista Inglesa de Fotografia" somente na década de 1870 na Inglaterra enriqueceram-se trinta e cinco fotógrafos profissionais de fotografias do além.
Para demonstrar como era fácil trucar (enganar),numa experiência dessas, o engenheiro McCarthy (membro da "Society for Phychical Research") avisou que ia fazer uma foto e que trucaria no transcurso dela. A investigadora, no transcurso da sessão, celebrada em 1934 na filial da “S.P.R" de Sheffied, não puderam perceber nada estranho durante toda a experiência. Porém, trucou fazendo aparecer quatro linhas da Bíblia em Chinês e vários"representantes do "outro mundo". Realizou isto, como depois explicou, por meio de um minúsculo aparelho emissor de radiações ultra-violetas escondido entre os dedos, com o qual projetava um micro-filme do tamanho de uma cabeça de alfinete ou um pouco maior.
Deve ter-se presente a grande credulidade dos clientes destas sessões de "fotografias de espíritos". Basta mostrar a uma dessas pessoas, uma fotografia fora de foco, circundada por um aro branco, para que imediatamente eles reconheçam na fisionomia um de seus parentes falecidos.E com frequência, dá-se o caso de ser a mesma imagem identificada por uma pesoa como sendo o pai e, por outra como sendo a do seu irmão; e o original não é de nenhum dos dois, mas foi tirados de outra pessoa, não relacionada em coisa alguma com qualquer um deles.
Por outra parte, em certas ocasiões, a casualidade vem reforçar admiravelmente a crença de que umas manchas combinadas fortuitamente são a imagem verdadeira de algum defunto da família.
Para a dupla imagem que produz uma série de siluetas mais ou menos transparentes, o mais frequente é um minúsculo buraquinho na objetiva da câmara ou um deslocamento lateral da pessoa fotografada.
Outro truque: as cortinas que servem de fundo enquanto se tira a fotografia podem esconder qualquer artifício. É fácil pintar, desenhar siluetas com soluções de sulfeto de quinino, de fluoresceína, ou poções de “marrão” da Índia, de frexo, etc. Invisíveis ao olho nú, as siluetas aparecem sobre o filme fotográfico, à luz do flash da máquina fotográfica.
Além do filme todo o material pode ser trucado: a câmara, a objetiva que produzirá uma imagem acrescentada, as dobras; impregnando-as com um material fosforescente, etc.
A hipótese do truque (consciente ou incosnciente, mais frequentemente consciente) embora não tenha sido constatado em todos os casos, tem sido em tão grande número que justifica uma grande desconfiança.
Tornou-se célebre uma fotografia de Conan Doyle na qual aparecia também seu filho, morto na guerra de 1914. Esta foto foi apresentada no congresso espírita Internacional de 1928, celebrado em Paris.
Conan Doyle, ardente defensor das idéias espíritas, aparece aos nossos olhos como uma pessoa profundamente afetada pela morte de seu filho, perante a qual sente necessidade de acreditar em comunicação com o além, como elemento consolador.
Na obra “O espiritismo desmascarado”, Doyle conta como seu filho lhe apareceu numa sessão, esquecendo-se de que algum tempo antes, o médium confessou que um empregado seu aparentou ser o defunto que Doyle reconheceu como seu filho, sem dúvida nenhuma.
A foto tinha sido tirada por William Hope, famoso "fotógrafo espírita" inglês. Hope já tinha sido desmascarado por Harry Price, Diretor do "National Laboratory of Phychical Research", em 1923. Apesar do desmascaramento realizado por harry Price, Hope seguia sendo considerado pelos espíritas ingleses, liderados por Doyle, como o mais eficiente e digno de confiança para a produção de "fotos de espíritos".
Paul Heuzé descobriu que na realidade, a fotografia não passava de uma vulgar fraude de dupla exposição; mostrou tratar-se de uma reprodução da fotografia de um jornal. Mais tarde Eugene Osty, Diretor do Instituto Metapsíquico Internacional de paris, pediu para realizar uns testes com o médium com máquinas fotográficas fechadas, seladas, invioláveis. Hope, naturalmente, não aceitou.
A dança das fadas. Com estas fotos tentaram convencer aos pesquisadores da existência real destes seres fantásticos. (Truque)
Charles Richet e o Dr. Geley experimentaram com o dotado Pasquale Erto, em condições muito satisfatórias. Obtiveram escotografias para o Instituto Metapsíquico Internacional de Paris. O célebre investigador René Sudré concluiu: "O controle exclui absolutamente a possibilidade de fraude. Trata-se de autênticos fenômenos de escotografias".
A Telergia, energia somática pode se exteriorizar e tornar-se inclusive visível (ectoplasma) dirigida pela psicobulia (vontade inconsciente).
O ectoplasma, pouco denso, e por isso invisível formaria a imagem, a idéia plasmada que aparece nas fotografias. Esse ectoplasma que forma a imagem tem sido visto e fotografado, no começo, em forma de vapor nebuloso, luminoso, condensando-se depois, pouco a pouco e adquirindo contornos mais definidos.
"As melhores experiências são fortuítas, isto é, sem a intenção de efetuar uma escotografia; e constata-se infalivelmente, que a imagem gravada na chapa fotográfica passa instantes antes pela mente do experimentador (pessoa que projeta a imagerm).
As faculdades parapsicológicas pertencem ao inconsciente da psique.Por isso, o consciente não pode utilizar essas faculdades a não ser de modo excepcional ou rudimentário. É mais fácil que apareçam na escotografia as imagens inconscientes do que as conscientes.
A Srta Scatcherd, numa experiência saiu fotografada ao lado dela mesma, com outra roupa, porque justamente pensava em que, vestida daquela outra maneira, estaria melhor para a fotografia. (mais uma prova que nào é fotos de espíritos mas do próprio pensamento)
O pensamento tem a faculdade de exteriorizar-se e as imagens mentais podem em raríssimas ocasiões, impressionar filmes fotográficos.
A diferença entre uma aparição visível (Fantasmogênese) e uma não visível, mas fotografável (escotografia) é o grau de condensação do ectoplasma.
As escotografias, normalmente são tênues, saindo nas chapas “uma ligeira forma nebulosa”. Conclusão acertada de Sudré quando diz que são fenômenos telepáticos e telérgicos com um caráter evidente de inteligência.
O sensitivo Ted Serios, estudado na Universidade de denver (Colorado) pelo Dr. Eisembud confirma todo o exposto, podendo ser assim resumido: Apesar dos inumeráveis truques (mais ou menos responsáveis), ocorre realmente o fenômeno da fotografia do pensamento ou escotografia. O dotado exterioriza a telergia. A Telergia se condensa em forma de ectoplasma. Mas não sendo a condensação do ectoplasma suficiente, não consegue impressionar o olho humano. Mas uma boa câmara fotográfica pode captar esse ectoplasma.
O ectoplasma, substância orgânica, somática, humana, édirigida pela c=vontade inconsciente do dotado. A idéia do dotado é plasmada pelo ectoplasma, sofrendo diversas modificações até chegar a parecer um todo compacto, representando em alguns casos, embora vagamente, uma pessoa ou objeto. Depois o ectoplasma volta a ser reabsorvido pelo dotado.
Do ponto de vista experimental, ou da pesquisa sistemática em laboratório universitário, o caso Ted serios é decisivo. As numerosas experiências feitas com toda a técnica moderna, estabelecem a realidade das escotografias. Tinha razão Heredia, richet e os pesquisadores antigos que esperavam com certeza que algum dia a ciência comprovaria a existência real das escotografias.
Seu mecanismo também foi demonstrado. O ectoplasma responsável pelas escotografias de Ted serios tem sido perfeitamente comprovado em inúmeras fotografias e filmagens durante as experiências.
11.12 - ECTOPLASMIA.
Exteriorização visível da Telergia.(Fantasmas, aparição de objetos ou em formas de membros do corpo). Conhecemos a telergia, que poderíamos defender como uma força psicofísica exteriorizada. Algumas vezes esta força está condensada, apresentando-se até visivelmente. Uma força condensada, dirigida pela psicobulia e dependente dela, teoricamente, poderia ser modelada.
A exteriorização dessa substância e sua formação externa, mais ou menos modelada e modelável, foram descrita de maneira sistemática, pela primeira vez entre os metapsíquicos (parapsicólogos), por Schrenck-Notzing. Ele a chamou teleplastia. Outros especialistas a designaram pelos nomes análogos de teleplasia, teleplasmia, assim como ectoplasia, ectoplastia e ectoplasmia. Nós adotaremos o termo ectoplamia porque, designando o fenõmeno, é o termo mais frequentemente usado.
Ectolplasmia ou, em concreto, ectoplasma, deriva do grego (ectos = fora e plasma = coisa formada ou modelada). O termo foi criado por Chales Richet (Traité de Métapsychique, Paris, 1923): “De início, uma massa confusa, mais ou menos informe são estas formações difusas que eu chamo ectolplasmas, porque parecem sair do corpo”. Ectoplasmia designa o fenômeno; ectoplasma a substância.
As técnicas e materiais para trucar o ectoplasma são inumeráveis.Empregam-se tecidos especiais como sêda, tipo gaze ou musselina, com aparência vaporosa na escuridão. Alguns desses tecidos são tão finos que grande quantidade tem um volume insignificante, podendo ser escondido no ouvido ou até na cavidade de um dente falso. Um tecido especial de "sêda" japonesa com i,3 cm de volume pode formar um balão de 5 metros de diãmetro.
Já manejamos pessoalmente uma substância que se vende nas lojas (ao menos nas norte-americanas) para truques de espiritismo; uma substância apresentada em drágeas que metida na boca, desprende, quando se sopra, vapores brancos "misteriosos". Também usamos uma substância que untada nos dedos, produz neles, ao esfregarem-se, uma espécie de luzes ou chamas ou nuvens brancas e luminosas de notável efeito.
O ectoplasma deve ser considerado como um fenômeno de condensação da telergia, no sentido amplo em que consideramos a telergia.
Num primeiro estágio de condensação, a telergia não passa de um fluído ou pequeníssima radiação humana, sempre, porém, um verdadeiro fenômeno metafisiológico. Em tal estágio inicial de condensação, só é perceptível mediante técnicas e aparelhos delicadíssimos sendo capaz de realizar só pouquissimo trabalho.
11.13 - FANTASMOGÊNESE.
O inconsciente pode moldar em raríssimas ocasiões, imagens ectoplasmáticas em forma de uma pessoa inteira. (fantasma). Fantasmogênese é a produção ectoplasmática de um fantasma ao menos aparentemente inteiro, de pessoa , animal ou coisa. O verdadeiro fantasma não é uma aparição meramente subjetiva, mas é imperfeito na reprodução do "modelo": o fantasma tem serta consistência material, porém é mais ou menos tênue, mais ou menos transparente, com pouquíssimo peso, em comparação com o peso do modelo reproduzido.
Como sempre em Parapsicologia, também na fantasmogênese deve-se ter muito em conta a fraude. A fantasmogênese é feita pela ectoplasmia, que é a matéria prima para moldar as imagens do inconsciente do dotado: (ideoplastia). Da mesma maneira como se pode plasmar um rosto, um braço, (ecto-colo-plasmia) etc, pode-se plasmar a imagem mais ou menos completa de um ser. Até se faz compreensível que a imagem é mais ou menos tênue, leve, transparente, (mesmo que fosse só por motivo de economia de ectoplasma pelo inconsciente). O que aumenta em tamanho diminui em densidade.
Assim considerada, a fantasmogênese nem precisaria de uma demonstração específica: é simplesmente uma modificação da ecto-colo-plasmia, um outro aspecto da ideoplastia.
A densidade do fantasma, às vezes é tão pouca que só é visível para os hiperestésicos.(pessoas com maior sensibilidade nos sentidos); quando não seja mera alucinação.
Como há fantasmas (produções ectoplasmáticas inteiras) de animais, há também fantasmas de coisas inanimadas (objetos).
Como se vê, a fantasmogênese apresenta a forma de sombra; é meio transparente, porém sua densidade é suficiente para movimentar cortinas.(telecinesia causada pelo ectoplasma).
Começamos a análise interna da fantasmogênese. Temos visto que nos casos tanto de fantasmogênese como de ecto-colo-plasmia, a formação aparece e desaparece de maneira gradual. Mostra-nos muito bem que a fantasmogênese se origina do ectoplasma, e que o fantasma (ectoplasma moldado) é de constituição vaporosa.
A constituição vaporosa, tênue, às vezes tenuíssima dos fantasmas é reconhecida por todos os autores de alguma seriedade e competência científica que investigaram o fenômeno.
O perispírito (como algumas pessoas defendem) é inadmissível. Trata-se só de ectoplasma, energia do corpo e nunca de “matéria no espírito” ou espírito “semimaterial” ou matéria “semi-espiritual”, o que implicaria uma contradição de termos. A ideoplastia nada tem a ver com os espíritos ou os “perispíritos” dos mortos. Pelo contrário, ela explica como o inconsciente do dotado pode também plasmar a imagem de um morto.( ou de um animal, ou de um objeto)
Em comparação com a ecto-colo-plasmia, claro está que a fantasmogênese é muito mais rara: requer-se maior ideoplastia e mais ectoplasmia para a produção de um corpo inteiro do que para a produção de um só membro.
Como todo fenômeno parapsicológico em geral e ectoplasmático em particular, também a fantasmogênese, evidentemente, depende do ectoplasta (dotado).
Embora de difícil experimentação, existe relação de peso entre o fantasma e o ectoplasta, o que confirma que o ectoplasma, para a formação do fantasma, é exteriorizado do corpo do dotado (sendo possível a pequena colaboração (inconsciente) dos assistentes, em efeito polipsíquico).
Consequentemente, sem negar que a pesagem indica que o corpo do ectoplasta perde peso para emprestar ectoplasma ao fantasma, não deveos, porém, cair no erro, frequente entre os experimentadores, de considerar que o número de quilos perdidos pelo dotado corresponde exatamente ao peso do fantasma.
Influências externas
Mesmo quando os aparelhos atribuem ao fantasma menos peso do que ao dotado, mas ainda assim um peso bastante considerável, não deve pensar que, de fato, o fantasma possua tanta matéria, porque sempre há várias possibilidades de que o número não indique o seu peso real. Há que considerar a possível ação telecinética sobre a balança. Tudo indica que o fantasma, tênue, vaporoso, ás vezes suspenso no ar e intangível, na realidade possui um peso reduzido.
A relação da dependência fantasma-dotado deduz-se também da enorme sêde que alguns ectoplastas (dotados) experimentam durante as sessões de fantasmogênese. Este fato é amis uma confirmação de que a substância para plasmar o fantasma é tirada do corpo do dotado. Pois é lógico que a perda da substância é o principal responsável por essa sede insaciável. Outros fatores secundários responsáveis pela sêde são o próprio esforço realizado parta exteriorizar e dirigir o fantasma com a conseuqnte transpiração, as modificações estruturais ou fisiológicas experimentadas pelo organismo, etc.
O agente psíquico das fantasmogêneses é o inconsciente do próprio dotado. Os impulsos e esforços motores são também os do dotado. A energia orgânica do dotado se exterioriza e molda, dirigida e acompanhada pelas faculdades psíquicas inconscientes do próprio dotado.
Sendo a fantasmogênese um fenômeno extranormal, compreende-se perfeitamente que a densidade do fantasma seja inversamente proporcional ao afastamento do organismo que o produz.
11.14 - ECTO-COLO-PLASMIA.
O inconsciente molda imagens ectoplasmáticas de membros do corpo, partes de objetos, etc. o ectoplasma, como "argila psíquica". Teoricamernte ao menos, poderia ser moldável para representar diversas figuras. Conforme fossem os tipos de reproduções, o fenômeno seria classificado sob diversos nomes.
Ecto-colo-plasmia é o ectoplasma moldado em formas de membros ou partes de pessoas, animais, ou objetos. No conceito de ecto-colo-plasmia veremos que deve incluir certo rudimentarismo na reprodução. O membro ou parte é reproduzido rudimentarmente, imperfeitamente, sem a verdadeira densidade e configuração da realidade que se trata de reproduzir.
Transfiguração consiste em uma simples modificação do próprio corpo do dotado. É o próprio dotado revestio de ectoplasma e inclusive corporalmente modificado, representando outra pessoa.
Formamos a palavra ecto-colo-plasmia simplesmente incluindo na palavra ectoplasmia, o têrmo colo, do grego "kólon" que significa membro de pessoa ou animale, por extensão, parte de um objeto. Ecto-colo-plasmia, etimologicamente significa bem o conceito em vista: a telergia condensada e maleável (plasma), exteriorizada (ecto) para formar um membro ou parte de algum ser (colo).
Como sempre, também em ecto-colo-plasmia, a fraude deve ser levada em conta, entretanto, deixar a investigação porque é difícil, dadas as muitas fraudes e querer negar todos os casos de ecto-colo-plasmia, como muitas vezes se tem feito, é atitude comodista e pouco científica.
Seria interminável enumerar todos os tipos de fraude realizados consciente ou incosncientemente pelos médiuns para trucar a ecto-colo-plasmia. Finíssimos retalhos de seda, convenientemente desenhados, máscaras dobráveis, balões de borrachas pintados, que depois se enchem pouco a pouco, e lentamente se esvaziam após a "misteirosa" aparição.Todos estes materiais se escondem facilmente na boca, no salto oco do sapato, etc.
Logicamente, devemos incluir em fraudes, todos os casos em que aparecem mãos ou rostos ou qualquer outro membros perfeitos, com circulação sanguínea, viva. E não há dúvida de que são vivos mesmos, ou seja, são fraudes, membros autênticos do próprio médium ou de algum de seus cúmplices.
11.15 - PIROGÊNESE.
Exteriorização e transformação da energia humana (telergia) em energia térmica-calorífica. De tal forma condensada que provoca fogo espontâneo.
12 - FENÔMENOS PARANORMAIS DE CONHECIMENTO OU DE EFEITOS PSÍQUICOS:
12.1-PSI-GAMMA.
Uma derivação das letras gregas “psi”, início da palavra “psiché”, que significa alma; e gama, começo da palavra “gnosis”, que significa conhecimento. Conhecimento prórpio da alma, em contraposição ao conhecimento próprio do corpo. É a percepção consciente das capacitações inconscientes.
Faculdade Parapsicológica que ultrapassa o tempo e espaço, possibilitando a telepatia e outros fenômenos; também chamada de ESP (Percepção Extra Sensorial) ou Conhecimento da Alma (de Psico- Gnosis, as primeiras letras gregas). A Parapsicologia demonstra que existe a Psi-Gamma, também chamada de “Percepção Extrasensorial” (ESP).
Em todas as épocas e povos há circunstâncias em que se conhecem fatos longínquos e mesmo futuros. Tal conhecimento não pode se atribuir aos sentidos.
Apesar das grandes dificuldades encontradas; em laboratório se demonstrou que o homem pode manifestar conhecimentos extrasensoriais, tanto para adivinhar pensamentos (telepatia), como acontecimentos físicos (clarividência).
Psi-Gamma é inconsciente e incontrolável. Este novo mundo não material (logo, espiritual) descoberto pela parapsicologia amplia o espaço da realidade. Esta descoberta revoluciona os valores, a conduta humana e as instituições sociais.
Precognição, no sentido estrito, é o conhecimento direto do futuro.
Chamamos espontâneos os casos de precognição realizados fora dos laboratórios de Parapsicologia. Nos últimos anos têm-se reconhecido milhares de casos espontâneos de conhecimento paranormal do futuro.
A precognição é um aspecto de Psi-Gamma que hoje está científica e absolutamente comprovada. As tragédias ou mortes coleticas, naturalmente são mais emotivas em geral do que as mortes particulares e, pelo mesmo motivo, desequilibram mais, facilitando a manifestação da precognição.
Os casos mais empolgantes e frequentes são espontâneos. E surgem completamente de improviso. Não é o homem que vai à procura da precognição; é a precognição que encontra o homem e o surpreende. Costumam surgir em circunstâncias especiais, como durante o sono natural ou em delírios causados pela febre, etc.
A precognição é mais fácil (ou menos é difícil) e mais frequente (ou menos rara) com referência a acontecimentos fortemente emocionais: terremotos, suicídios, duelos, mortes, acidentes; ou impressionantes em sentido inverso: coroações de reis, bodas faustosas, vitórias após duras guerras. Entretanto, há precognições também de acontecimentos de pouca importância.
Sempre é necessária uma grande dose de desconfiança diante de qualquer suposta faculdade paranormal.
Fizeram-se milhares de experiências em laboratórios, cientificamente arquitetadas que demontram sem nenhuma dúvida, que de fato, existe no homem, esta fauldade de conhecer o futuro.
A ciência internacional examinou de todos os pontos de vista, os resultados obtidos, manifestando em sucessivos Congressos, a constatação da existência da precognição.
Tanto pela análise dos casos espontâneos como por comprovações e estudos em laboratórios, a relação entre PG e o tempo só pode ser formulada com uma restrição final: PG não depende do tempo, mas só dentro do prazo curto ou "existencial", isto é, pouco mais ou menos dois séculos entre passado e futuro.
12.2 - PSI-GAMA À DISTÂNCIA.
O homem possui uma faculdade de conhecimento capaz de ultrapassar os limites do conhecimento sensorial. Examinando milhares de casos, os parapsicólogos de Duke não encontraram nenhuma vinculação entre distância e o resultado psigâmico.
a) Experiências Isoladas: as exeriências feitas à distância de poucos metros existem em grande quantidade. Um grande número de experiências foi realizado pelo Dr. Riess a uma distância de 500 metros, todas com grande sucesso; agora era necessário experimentar à distância de quilômetros.
Um experimento significativo é o da Sra. Sinclair e seu marido Upton, a uma distância de 50 Km. Ela deveria identificar o desenho que tinha na mão do seu marido a 50 Km de distância, foram realizados 290 tentativas, com 65 êxitos completos, 155 êxitos parciais e somente 70 fracassos. Foi algo assombroso aos pesquisadores a semelhança entre os desenhos originais de Upton Sinclair e as reproduções de sua esposa feitas à distância.
b) Experiências Comparativas: Um grupo de investigadores do Tarkio College, (Missouri) e da Universidade Duke, realizou experiências com diversos sujeitos espalhados por diversos lugares dos EUA. Os investigadores desconheciam os sujeitos com quem estavam fazendo a experiência. As instruções eram enviadas pelo correio, e pelo correio se recebiam as respostas. Os símbolos eram expostos a intervalos convencionados nos gabinetes dos investigadores e os sujeitos deveriam averiguar e anotar imediatamente as cartas que julgassem que estvam sendo expostas em cada momento combinado.
Em todo esse conjunto de experiências, que oscilavam de poucos metros até mil ou mais quilômetros, os resultados se mostravam independentemente da distância, apreciavelmente idênticos entre si e idênticos aos outros reusltados obtidos em experiências de laboratório.
c) Experiências em dois Continentes: Para tirar qualquer dúvida quanto à possível variação nos reusltados em experiências feitas a distância ainda maiores, novas experiências foram feitas com sujeitos de outras nações da Europa e espalhados por pontos dos EUA. O resultado foi o mesmo. Alguns dos sujeitos dessa experiência eram os mesmos de outras experiências anteriores com o Dr. Carrington. Ele comparou os reusltados obtidos com os que as mesmas pessoas haviam obtidos com os que as mesmas pessoas haviam obtido antes e não encontrou diferença sistemática atribuível a distância. Outra série de experiências a enorme distância foi dirigida pelo Dr. Carlo Marchesi, em 1939. Do seu laboratório em Zagreb, Iugoslávia, ele tentava adivinhar as cartas do baralho de Zeher, que outro experimentador manuseava na Universidade de Duke; concomitantemente, diversos colaboradores da Universidade de Duke tratavam de averiguar os reusltados que eram expostos pelo Dr. Marchesi em Zagreb. Apesar da distância de 6.500 quilômetros, os resultados foram altamente significativos, confirmando os resultados anteriores. Concluímos, portanto, que a distância e os obstáculos não exercem influência sobre os reultados. A única coisa que parece influir no caso é a própria faculdade de percepção extrasensorial do sujeito, ou ainda, a sua capacidade de manifestação nas diversas circunstâncias.
12.3 - PSI-GAMA E TEMPO.
Psi-Gama em relação ao tempo pode ser dividida em alguns aspectos, com o objetivo de facilitar o seu estudo:
A) SIMULCOGNIÇÃO.
Conhecimento paranormal do presente. É a faculdade de conhecer diretamente um acontecimento que, nesse mesmo instante está sucedendo, existe ou está sendo pensado. A maioria das experiências e casos relatados até aquei poderiam ser classificados como Simulcognição. Isto é, o objetivo do conhecimento e o cohecimento são simultâneos.
B) RETROCOGNIÇÃO.
Conhecimento paranormal do passado. É conhecer um acontecimento do passado de alguém sem que este voluntariamente exponha tais fatos ou acontecimentos. Poderíamos chamar isto de experiências recalcadas no inconsciente. Tratamos aqui da reconstrução de faots passados, lembrança de marcas incosncientes passadas reproduzidas através de experiências vividas no presente.
C) PRECOGNIÇÃO.
Conhecimento psigâmico do futuro (sempre um fenômeno incontrolável, involuntário e inconsciente). São poucos os cientistas que se aventuram no campo da Precognição, que consiste na visualização de fatos antes que eles aconteçam. A Precognição parece afrontar o princípio da causalidade. Dizer que o efeito antecede a causa ou que possa ser conhecido antes que exista a causa é uma afirmação que contradiz todas as leis da Física prática.
Em experiências de laboratório, são usados aparelhos que dependem de processos de desagregação radioativa e que portanto representam resultados absolutamente imprevisíveis, como é o caso do aparelho que acende lâmpadas de diversas cores por meio da liberação de partículas de estrôncio 90. Os resultados são então analisados em termos estatísticos de acordo com a quantidade de acertos da seqüência de acendimento das lâmpadas.
A Precognição, porém, não pode ser exclusivamente comprovada com uma experiência em laboratório, porque é de natureza inteiramente expontânea.
A terceira área de estudo é a pesquisa do fenômeno theta, ou seja, a pesquisa concernente à sobrevivência da personalidade após a morte do corpo físico.
Esta área conta com o interesse dos parapsicólogos em todo o mundo. De todas as modalidades de pesquisa theta, a mais notável, atualmente, é a investigação dos casos que sugerem a reencarnação. Mais de 2 mil casos bem documentados já foram levantados no mundo, nos quais ficou patenteada a lembrança de encarnações pregressas.
Algumas pessoa que apresentam tais recordações trazem também marcas de nascença e deformidades relacionadas com acidentes ocorridos com a personalidade anterior, que elas afirmam ter sido. Uma grande autoridade neste campo é o Prof. Ian Stevenson, professor de Psiquiatria e Neurologia na Universidade da Virgínia, EUA.
Nessa mesma área, consideramos um fenômeno ainda sem explicação científica. Trata-se da obtenção de vozes gravadas diretamente em fitas magnéticas, cuja origem parece extraterrena. O primeiro a assinalar foi o sueco Fridrich Jurgenson, acidentalmente, mas hoje chega a algumas dezenas o número de cientistas empenhados em registrar e interpretar tais vozes.
Uma quarta área a ser destacada seria aquela que estuda as variações das funções paranormais em razão de alterações psicobiofísicas e sociais dos pacientes, nos estados de vigília, de hipnose e sob ação de drogas.
D) PRECOGNIÇÃO ESPONTÂNEA
Chamamos aqueles casos de precognição realizados fora dos laboratórios de Parapsicologia. Nos últimos anos têm-se verificados inúmeros casos de conhecimento paranormal do futuro. Convém que se diga que muitos destes casos não resistem a uma análise séria, são duvidosos. Por outro lado existem aqueles casos que parecem autênticos e merecem atenção especial.
12.4 - ADIVINHAÇÕES
A classe de adivinhações situa-se numa posição intermediária entre os casos espontâneos e de experimentação de laboratório. Os adivinhos buscam controlar e provocar as precognições. Eles estão em todos os lugares e até se apresentam como profissionais. Conhecemos vários casos como as famosas predições de Nostradamus.
12.5 - PSEUDO-PRECOGNIÇÃO
“Precognição = conhecer antes”. São muitos fatores que podem explicar o conhecimento do futuro sem que tal conhecimento seja verdadeiramente precognição.
A) TRUQUES: São fraudes conscientes ou inconscientes. Um mago anunciar que sucederá o que ele, em seguida se encarregará de fazer.Ou pode apresentar como profecia aquilo que ele mesmo planeja realizar, ou aquilo que se planeja realizar, e de que ele se inteirou antes da notícia se espalhar.
B) ESPERTESA: Existem muitos aproveitadores da boa fé popular para fazer os seus prognósticos. São chamados golpes de astúcia, pois tais “adivinhos” profissionais fazem longos estudos para especializar-se neles.
C) CASUALIDADE: São tantas as predições que seria impossível errar sempre. A verdade é que nuncas se considera os inúmeros fracassos e só se pensa em êxitos, sem pensar que , muitos deles são mera casualidade. Aqueles que se lançam como adivinhos e se esquecem das revelações que não deram certo, ou não se realizaram divulgando sumente aquelas que deram certo ou coincidiram com a realidade.
D) PARAMNÉSIA: São lembranças das concidências mínimas e equecimento das divergências mais importantes.
E) SUGESTÃO E AUTO-SUGESTÃO
Todos somos sugestionáveis. Uns mais, outros menos. Existem pessoas que se habituaram, desde cedo, a só agir em obediência às idéias e aos sentimentos dos outros. Têm vontade fraca e aceitam, sem questionar, as sugestões que lhes são dadas. Somos essencialmente imitadores. A força de persuasão da moda está aí e não me deixa mentir. As novelas e alguns comunicadores têm conseguido mexer com a cabeça de muitos e até alterar comportamentos e o jeito de falar.
A sugestão pode vir também pela repetição. O provérbio diz que "água mole em pedra dura em pedra dura tanto bate até que fura". E é verdade. Certas coisas afirmadas repetidas vezes acabam por ser aceitas como verdadeiras. Cuidado, portanto.
As forças sugestivas também têm graus. Existem indivíduos que jamais serão bons vendedores ou candidatos bem-sucedidos no campo da política. Seus argumentos e seu todo não conseguem impressionar os ouvintes. Por outro lado, sabemos de pessoas que têm tanta confiança em si que conseguem influenciar favoravelmente os que estão à sua volta.
Hoje a propaganda virou arte. Há todo um aparato que pode reforçar a idéia que se quer passar. A voz deve transparecer a convicção de que o orador está imbuído. O tom deve ser natural e vigoroso (sem autoritarismo). A escolha das palavras também é importante. Tem palavras que são fortes por sua natureza. Os gestos e a postura exercem também grande influência. Tudo é válido quando o objetivo é impressionar.
O sucesso da sugestão está no fato de ser um apelo dirigido ao sentimento e às emoções mais do que à razão. É o sentimento a mola que faz mover as multidões. A História tem exemplos interessantíssimos de líderes que levaram milhares de pessoas a agirem de maneira impulsiva em obediência ao comando do chefe.
A auto-sugestão é quando a pessoa passa uma ordem à sua própria mente. Os casos de auto-sugestão multiplicam-se nestes tempos atribulados de crise. Muitas simpatias podem influir nas pessoas sugestionando-as, embora não tenham nenhum valor terapêutico. Muitos distúrbios psicológicos graves que são levados aos divãs dos psiquiatras e psicanalístas começaram pela auto-sugestão.
13 - OUTROS FENÔMENOS DE CAUSAS PARAPSICOLÓGICAS.
13.1 - AUTOSCOPIA.
É a noção visual dos seus próprios órgãos internos (scopeo = ver + autós = a si mesmo). É a sensação inconsciente e hiperestésica através da qual o sujeito pode perceber em forma de alucinação visual os menores sintomas de seus órgãos internos.
13.2 - HETEROSCOPIA.
É a visão alucinatória dos órgãos internos de outra pessoa (scopeo = ver; hetro = outros). Neste caso, os sintomas que ainda são imperceptíveis externamente podem se captados hiperestesicamentes por outra pessoa. Sabemos que toda idéia, inclusive inconsciente, que ocupa o nosso cérebro, se reflete em sinal externo em resposta a um estímulo. Assim o nosso inconsciente capta os primeiros sintomas de uma doença em desenvolviemtno, ou percebe a manifestação de uma futura doença, esta idéia inconsciente da doença tem reflexos fisiológicos externos. Outra pessoa, por hiperestesia indireta do pensamento pode captar em nós os sintomas ou idéias de futura doença, podendo-se chegar a uma precognição aparente.
14 - FENÔMENOS DE EFEITOS MÍSTICOS.
14.1-TELEPATIA.
Fenômeno no qual a pessoa capta psigamicamente pensamentos ou desejos de outra pessoa.Telepatia significa, a rigor, etimologicamente, "sofrimento à distância". Myers comprovou que era por ocasião de acontecimentos tristes que, com mais frequência sucedia o conhecimento de aprência paranormal. Mas logo a palavra telepatia se tomou no sentido mais geral de "sensação à distância ou percepção à distância".
Definimos a telepatia como a "perecepção paranormal do conteúdo de um ato psíquico". A transmissão do pensamento ou a adivinhação do pensamento é só um aspecto da telepatia, não abrangendo todos os tipos de telepatia.
Na telepatia sobre o inconsciente aparece frequentemente o mecanismo em "L" ou a "três". O percipiente capta em meu inconsciente, por exemplo, idéias que eu captei inconscientemente emoutra pessoa ou na realidade física. O inconsciente de uma pessoa (A) capta algo por telepatia, mas seu consciente não fica sabendo. Uma outra pessoa (B) que está junto com (A) pode captar por simples HIP em (A) o que (A) captou por telepatia.
Exemplo: Foi notabilíssimo o sensitivo sueco Emanuel Swedenborg. Em estado absolutamentenormal, ao menos aparentemente, em vigília, enquanto jantava com um industrial, Swedenborg anuncia a seu anfitrião que a fábrica estva pegando fogo. Comprovou-se imediatamente que o aviso era certo e oportuno. Provavelmente foi o próprio industrial quem captou inconscientemente o incêndio: a desgraça interessava a ele; os amigos do industrial que assistiam ao incêndio tinham o pensamento voltado para o industrial, não para Swedenborg. Parece muito provável que a percepção clarividente (do incêndio) ou telepática (pensamentos, atos psíquicos das pessoas que estavam sabendo do incêndio) fosse realizada pelo incosnciente do industrial. A faculdade psigâmica do industrial captoui o fato, o aviso, mas ficou no inconsciente. Foi lá que Swedenborg captou, por HIP (Hiperestesia Indireta do Pensamento), a mensagem e a passou para o consciente. Da observação e análise dos casos espontâneos, pode-se deduzir que:
"Adivinhar" (por Telepatia ou HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento) as idéias excitadas no inconsciente de outra pessoa é mais fácil e frequente do que "adivinhar" as idéias conscientes.
A excitação no inconsciente pode dever-se a associação de idéias, emotividade, percepção inconsciente mesmo paranormal, etc.
A captação por parte do percipiente (pessoa que capta) pode ser paranormal, embora frequentemente seja só Hiperestesia Indireta do pensamento. Sendo porém, o aspecto externo do fenômeno, idêntico; ambos os tipos de captação são reunidos por nós na classificação TIE (ou HIE) " Telepatia (ou Hiperestesia) sobre o Inconsciente excitado.
A TIE (Telepatia sobre o inconsciente excitado) frequentemente é a "três" ou em "L", isto é, quando se capta em uma pessoa o que esta pessoa captou em outra (Telepatia) ou na realidade física (Clarividência).
Exemplo: Uma senhora tinha saído para passar o fim de semana com uns amigos que viviam no campo, a várias milhas de distância.O marido ficou em casa, ligeiramente indisposto. A senhora, já ao cair da tarde, experimentou, de repente, um impulso irresistível de voltar para casa. Os amigos se opunham: a hora era desapropriada. Asenhora, aliás, não podia dar nenhuma explicação racional de seu súbito e absurdo desejo. Só experimentava a sensação geral de que algo não ia bem com o marido. Voltou. Ao chegar encontrou a casa em chamas, devido, segundo se investigou, a uma faísca que tinha pulado da lareira. O marido dormia no andar superior totalmente alheio ao que acontecia. Se a senhora tivesse demorado mais, o acidente teria sido fatal.
Tudo indica que devemos classificar este caso como TIE, Telepatia sobre o inconsciente excitado: o pequeno cheiro, barulho, etc, do incêndio que começava no andar térreo, sendo captado mais ou menos hiperestesicamente, excitou o inconsciente do homem adormecido. A idéia do esposo inconscientemente excitado pelo perigo foi captada pela esposa, preocupada, e pode chegar a tempo de evitar a catastrofe.
A nebulosidade, a sensação indefinível experimentada pela receptora, é característica frequente, especialmente na recepção em estado de vigília (acordado, desperto). É o incosnciente que capta a mensagem e não é fácil em pessoas normais, que esta percepção inconsciente "suba" até o consciente. Por isso a necessidade, em muitos casos, de algins dos sistemas de manifestação: escrito automático (psicografia), pêndulo (radiestesia), mesa giratória, bola de cristal, etc... Em sonhos, porém, e em outros estados nos quais está mais "aberta" a porta do inconsciente, como no transe, hipnose, histeria, delírio, etc, pode-se alcançar uma claridade quase fotográfica na alucinação correspondente à percepção da mensagem telepática.
"Antes de Myers, a telepatia era denominada "transmissão de Pensamento", dando a impressão de que algo havia sido transferido através do espaço, oferecendo certa confusão em sua compreensão.
Se a Telepatia fosse radiação física deveria ser gerada por uma matéria transmissora. Ora, a telepatia pode alcançar enormes distâncias e até agora não se encontrou um transmissor capaz disso nem no corpo nem no cérebro humano. Do mesmo modo deveria existir um receptor correspondente. Toda radiação física conhecida obedece à lei que relaciona inversamente com o qudrado das distâncias. Ora, a telepatia não obedece a essa lei.
Os físicos possuem instrumentos sensíbilíssimos e nunca captaram radiações telepáticas. Admitir uma teoria física da telepatia seria admitir entre emissor e receptor uma cadeia de causas e efeitos físicos perceptíveis. A realidade mostra que o espaço em nada influi na telepatia.
A causa da telepatia deve ser espiritual e não física, pois a telepatia não tem forma, nem tamanho, nem dimensão e independe de posição no espaço."
14.2 - CLARIVIDÊNCIA.
Fenômeno no qual a pessoa capta psigamicamente acontecimentos físicos. É o conhecimento psigâmico de coisas objetivas, físicas. Diferente da Telepatia, que consiste em conhecer não diretamente a realidade física, mas o conteúdo de um ato psíquico subjetivo: os pensamentos, imaginações, sentimentos ou desejos de uma pessoa.
14.3 - POLTERGEIST.
Já foram pesquisados por cientistas de idoneidade comprovada e constatados os fenômenos das chamadas casas mal assombradas onde ocorre movimento de objetos, batidas, ruídos e objetos que queimam espontaneamente (papapirogenia). O poltergeist manifesta-se com mais intensidade e freqüência quando existem no local jovem frustrados, com agressividade reprimida.
14.4 - SANSONISMO.
A palavra sansonismo deriva do nome bíblico "Sansão". O capítulo 13 do livro dos juízes narra o nascimento, a vida e as façanhas de Sansão; entre as mais conhecidas podemos enumerar o despedaçar um leão como se fosse um cabrito; com a queixada de um jumento matar mil homens; arrancar e carregar os batentes da porta de Gaza; romper todas as ataduras com que era enovelado, como se fossem teias de aranha, e por fim, derrubar, sacudindo as colunas onde se encontrava mais de três mil pessoas, perecendo todas elas com a queda e perecendo também Sansão. A força de Sansão conforme o relato do Livro Sagrado residia nos seus cabelos e uma vez raspados, perdeu totalmente sua força.
Não é nossa intenção analisar o texto do livro sagrado, em outras palaras, fazer uma exegese, mas apenas orientar para a origem do termo. Também é verdade que ninguém interpretará ao pé da letra as façanhas de Sansão que são evidentemente exageradas e não se poderia justificar uma ação direta de Deus para matar tantos inimigos de Sansão e de Israel. O texto sagrado queria insinuar que Sansão era um homem ágil, forte e temido, mais que os homens de seu tempo.
Paralelo idêntico e conteúdo semelhante encerram a palavra "hercúleo". Hércules, herói grego, filho de Júpiter e da mortal Alomena. Para expiar seus crimes, ofereceu seus serviços ao Rei Eristeu que lhe determinou doze trabalhos, todos eles superando qualquer possibilidade humana. O décimo, por exemplo, era buscar os bois de Geridião na Eritréia, uma ilha do oceano ocidental. Em seu caminho, pertiu ao meio uma montanha e assim formou o estreito de Gibraltar; as formações escarpadas de ambos os lados eram chamadas pelos antigos de Colunas de Hércules. É apresentado nas esculturas como um gigante barbado, coberto com uma pele de leão e segurando uma enorme clava. Constitui o símbolo clássico da força.
Saindo do lendário, do mítico e do símbolo, passemos à realidade. Quem já não ouviu falar de loucos ou de pessoas histéricas possuidoras de uma força descomunal e normalmente desproporcional ao físico e que se manifesta em determinadas condições?
É claro que tal força é decorrente do aproveitamento máximo da força muscular pela excitação nervosa. É preciso excluir os Truques, que são muitos:
O Hiperdinamismo ou sansonismo é muito comum nos epiléticos, nos loucos, nos bêbados e em momentos de desequilíbrio psíquico. Mas pode ser também encontrado em ambientes em que incentivam o estado alterado de consciencia (transe, etc), tais como centros de incorporações, exorcismos, etc.
Existem também autênticos fenômenos parapsicológicos de sansonismo por telecinesia. Para a explicação destes fenõmenos, nada melhor do que a palavra de René Sudré: A forma de energia mais habitual nos fenômenos metapsíquicos (parapsicológicos) é a energia mecânica. As mesas se erguem e retornam, os objetos se deslocam, os móveis, etc. A força misteriosa (telergia) que produz esses movimentos constata-se que é análoga á força humana. (em intensidade). Se for capaz de realizar efeitos delicados, também por outro lado não supera a força do homem mais vigoroso.
Entretanto, a literatura registrou casos excepcionais, em que ela (telergia) superou a força humana. Stainton Moses, por exemplo, levantou uma pesada mesa (Telecinesia) que dois homens mal e mal podiam mexer;e Daniel Dunglas Home provocou a levitação de um piano; Eusápia Paladino levantou uma mesa com um homem em cima; a mesma Eusápia, na presença do pesquisador Lombroso, movimentou um dinamometro com força equivalente a 110 Kg.
Nestes casos, acontece o fenômeno chamado de Polipsiquismo, em que na realização do fenômeno em questão (telecinesia) são empregadas a telergia também de alguma pessoa que está perto assistindo o fenômeno, se impressionando com ele, e que inconscientemente, deseja a relização do fenômeno e acaba também realizando o fenômeno em "parceria" com o agente. (sem saber, é claro).
Deve-se registrar que a força empregada nunca supera a força humana. Jamais se viu, mesmo nas manifestações mais violentas, derrubar uma parede.
A realidade objetiva e sem paixões, nos mostra que qualquer fenômeno em que de alguma forma entra em jogo uma força especial, esta força é humana, desencadeada consciente ou inconscientemente, mas sempre humana, com ou sem a pequena colaboração polipsíquica. O fantástico e o inexplicável serão fruto da imaginação ou de interesses particulares, excluídos os truques.
Trata-se do aproveitamento, inclusive ao máximo da força muscular e nervosa numa dimensão humana. Tenha-se em conta que certas situações parapsicológicas podem aumentar a tensão nervosa e muscular, bem mais notavelmente do que um ataque histérico ou de loucura.
Portanto, nem Sansão, nem Hércules, nem demônios, nem qualquer ser do além ou sobrehumano; mas o próprio ser humano, mesmo franzino, é o autor de forças, em certas situações, superiores ao normal.
14.5 - BRINCADEIRA DO COPO.
A famosa brincadeira do copo não tem nada de brincadeira; é sempre muito perigoso fazer isso. Pode acabar sendo o estopim que faz explodir distúrbios psíquicos latentes no inconsciente. Além de ser super perigoso para a saúde fomentar (estimular) qualquer fenômeno parapsicológico...
A respeito desse tema, devemos ditinguir dois aspectos:
a) As respostas obtidas;
b) O movimento do copo.
Sobre as respostas podemos dizer que pode haver fenômenos tais como telepatia, clarividência, HIP, etc; que são responsãveis pelo êxito, sucesso nas respostas.
Sobre o movimento do copo; não é o copo que mexe e leva os dedos juntos. São os dedos que mexem o copo. Se colocar óleo em cima do copo, verão que escorregões dão os dedos, e o copo não se mexerá.
Também é verdade que, raras vezes, pode haver o fenômeno parapsicológico da telecinesia (movimento de objetos pela atuação da telergia dirigida pelo inconsciente); mexer o copo sem contato. Não são os mortos, nem nenhum espírito de classe alguma; é uma energia física exteriorizada em raras ocasiões. Se afastássemos a mais de 50 metros todas as pessoas, nada disso aconteceria. Se fossem os espíritos ou qualquer entidade que se queria chamar, demonios, etc) que mexessem ou golpeassem, que importaria se as pessoas ficassem a mais de 50 metros?
Mas não são espíritos. São as energias inconscientemente exteriorizadas pelos "dotados" (note-se: exteriorizar fenômenos não é um Dom, como se fosse um poder; pelo contrário se for frequente qualquer manifestação parapsicológica, deve procurar tratamento, pois isto prejudica a saúde psíquica.) Essa energia física, precisamente por ser física, não pode se exteriorizar a grandes distâncias.
Se por outro lado, são os dedos que mexem o copo; são movimentos automáticos, inconscientes, feitos pelas pessoas que colocam os dedos sobre o copo. O que o anontece no inconsciente parapsicologicamente, pode manifestar-se os movimentos inconscientes.
Os movimentos inconscientes ou automatismo podem chegar a extremos surpreendentes. Já repararam na habilidade com que mexemos os lábios quando falamos? Desafiem qualquer pessoa a descrever os movimentos que tem que fazer para pronunciar as palavras. Não saberá. Conscientemente e reflexivamente somos incapazes de comandar esses movimentos. Já observaram a agilidade com que um pianista mexe com os dedos das mãos, e ainda também os pés, e fala com as pessoas sobre outras coisas? Também o ato de dirigir; quantos movimentos fazemos sem pensar que os estamos realizando...
Não é de se estranhar, pois, que em momentos de "concentração", de emoção, de exaltação do inconsciente, este possa dirigir com bastante precisão, os movimentos do copo.
É melhor duas ou mais pessoas do que uma só, porque assim, se somam os impulsos de todas ao impulso que imprime a pessoa, que inconscientemente dirige o copo, impulso que pode ser insuficiente.
14.6 - CICATRIZAÇÃO INSTANTÂNEA.
A natureza pode cicatrizar uma ferida. Mas não pode cicatrizá-la tão rapidamente como no milagre. Nos milagres de cicatrização instantânea não se trata de uma feridinha, embora feridinhas a natureza também não possa cicatrizar instantaneamente. Tratam de feridas profundas, chagas extensas em estado altamente degenerado, fístulas amplas, cavernas múltiplas e inveteradas etc. Em todos esses milagres, houve perda notável de substância. Nesses casos, a reconstrução das células e tecidos exigiria à natureza um trabalho (citológico e histológico, respectivamente) semelhante ao da primeira formação.
Para reparar essas perdas de matéria orgânica, há que engendrar bilhões de células novas. Vão surgindo das bordas da ferida, botões carnosos formados por capilares envolvidos em células embrionárias. Cada célula nova forma-se no seio de uma outra célula mãe a partir dos nutrientes que, trazidos e saindo dos vasos sanguíneos, penetra no protoplasma da célula mãe. Este protoplasma e seu núcleo vão engordando pouco a pouco até se segmentarem: uma célula converte-se assim em duas. Assim, pouco a pouco, diríamos "com muita paciência", bilhões destas células novas, microscópicas, de poucos milionésimos de milímetros, unem-se formando parte de um tecido.
O processo de cisão de cada célula demora no mínimo meia hora. A divisão celular necessariamente é sucessiva.
Que aceleração poderia ocasionar uma cicatrização instantânea? Isso equivale a afirmar que as inumeráveis cisões fizeram-se simultaneamente. O que equivale a uma nova criação. Só Deus pode criar.
E mais tempo é necessário para as células se diferenciarem especificamente, segundo o seu lugar e finalidade: parte do osso, da cartilagem, da mucosa, do epitélio, do nervo, da artéria...
Assim, por exemplo, "o trabalho de cicatrização das artérias"-escreve o professor Lecène no seu " Précis de pathologie chirurgicale"- "é sumamente longo, demanda de quarenta a cinquenta dias. Quando um nervo é completamente secionado, pode, após um certo tempo, três ou quatro meses ou mais (segundo o tipo e tamanho do nervo), cicatrizar e recuperar suas funções perdidas após a seção."
"Toda solução de continuidade no esqueleto cicatriza mediante a formação de um tecido intermediário que se vai ossificando, e recebe o nome de calo. A constituição do calo (ósseo) passa por quatro fases que se sobrepõem uma sobre a outra: formação do calo célulo-fibroso, formação do calo fibro-cartilaginoso, formação do calo ósseo provisório, formação do calo ósseo definitivo. No homem, esta fase se prolonga durante meses e anos”.
Ainda é necessário que todas estas células diferenciadas segundo o tecido que vão formando parte, estejam harmonicamente subordinadas a todo o conjunto do organismo, o que se realiza pela influência diretriz de complicadíssimas terminações nervosas. Diríamos que estas terminações nervosas, em número de centenas de milhões, distribuídas por todo o corpo, são uma espécie de rede intricadíssima de fios.Uns, os nervos centrípetos ou terminações protoplasmáticas, para levar aos centros cerebrais as impressões provindas de todo o organismo; outros, os nervos motores ou cilindrácidos, para levar as respostas ou despachos diretores provindos dos centros cerebrais.
Para todo esse complicadíssimo trabalho de cicatrização, mesmo de uma chaga de poucos centímetros, a natureza precisa de seu tempo. A extrema pequenez das células exige um número imenso delas e gerações sucessivas para poder cobrir toda a área lesada; antes é preciso que as células sadias levem os nutrientes às células-mães, em contínuas e numerosíssimas viagens com infinitésimas cargas, todos os nutrientes necessários, antes é preciso que o próprio sangue absorva dos pulmões os elementos gasosos. E do aparelho digestivo os princípios minerais e azotatos sólidos, sendo antes necessária a elaboração, secreção e ação dos sucos digestivos; a digestão tem de elaborar esses nutrientes, para o qual antes as bactérias precisam de tempo para extraí-los quimicamente dos alimentos, e antes é preciso tempo para o nascimento dessas bactérias que haverão de entrar em ação; e antes de tudo é necessário tempo para comer e respirar todos os elementos necessários...
Todos sabemos por experiência que um homem sadio precisa por volta de uma semana para repor completamente um pouco do epitélio arrancado por um raspão.
-A natureza, para cicatrização tais como as dos milagres de cicatrização instantânea nos casos menores, precisaria semanas, meses, anos.
-Nos milagres de cicatrização instantânea, em casos mais amplos, simplesmente "não foi jamais" realizada pela natureza. Dito de outra maneira: nunca em outro ambiente diferente daquele em que claramente todas as circunstâncias apontam para Deus como Autor do milagre.
15 - BIBLIOGRAFIA.
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Revista de Parapsicologia
Números: 1,9,14,15,16,19,21,23,24,25,26,28,29,30 elaborada pelo CLAP-Centro Latino Americano de Parapsicologia. Autores: Oscar G. Quevedo S.J, Jayme J. Roitman, Sérgio Gobetti,Pablo Garulo, Márcia Regina Cobêro, José Lorenzatto, Pe. Jayme de Moura Pereira, Pe. Jayme de Moura Pereira.